Transplante: pandemia agrava fila de espera e aumenta taxa de mortalidade

Desde a pandemia de covid-19, as filas para transplante aumentaram consideravelmente no Brasil. A espera para um rim cresceu em mais de 2 mil pessoas de 2019 a 2021 e, de dezembro do ano passado para março deste ano, em 5,1 mil pessoas, totalizando 32,8 mil pacientes, a maior espera entre todos os tipos de transplante.

Aumentos na fila para transplante de rim já vinham sendo registrados: em dezembro de 2013, havia 16,3 mil pessoas na fila do órgão e, no mesmo mês do ano passado, 27,6 mil. O aumento da mortalidade também é crescente desde 2016 e, com a pandemia, a situação piorou. Em 2020, mais de 3 mil pessoas morreram esperando um rim.

A fila de pessoas à espera de um transplante de rim é a maior entre todos os órgãos e tecidos. Córnea está em segundo lugar, com 18,9 mil pessoas à espera. Na sequência, com 1.330 pacientes, tem a fila para transplante de fígado, seguida pela de coração, com 321 pessoas.

No ano passado, 4,2 mil pessoas morreram na fila à espera de um transplante no Brasil. A superlotação dos hospitais e as restrições sanitárias promovidas pela pandemia de covid-19 causaram redução no número de transplantes e, consequentemente, aumento na mortalidade. 

O problema se estende no que diz respeito à quantidade de doadores: foram 15 a cada um milhão de habitantes, no ano passado. Um dos motivos para o número baixo é a alta recusa da família para doação. O ideal, portanto, é anunciar, ainda em vida, o desejo de ser um doador de órgão, decisão que pode salvar até 8 vidas.