Tratores e colheitadeiras que dispensam motoristas devem chegar ao mercado

Um veículo sem motorista e que tome decisões com o máximo de precisão sem correr riscos já é uma realidade próxima do campo. É o que diz a fabricantes e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), no qual afirma que as máquinas agrícolas já têm tecnologia suficiente para não precisar de nenhum operador dentro do veículo.   

Os especialistas afirmaram ainda que apesar de a internet no campo ser restrita, o equipamento já está à disposição do produtor rural e tem mais tecnologia do que um carro moderno da zona urbana. 

“O carro de hoje é muito parecido com o de 15 anos atrás. Já a máquina agrícola, não. Eu vim da indústria automotiva, e o que eu vi é que o mercado agrícola é mais receptor de novas tecnologias", explica Silvio Campos, diretor de marketing da Case IH, dona da New Holland. 

Apesar de já estar pronta para inicialização da comercialização, as chamadas "máquinas do futuro" ainda tem uma chegada incerta ao mercado porque ainda há pouco interesse do consumidor pela autonomia total; a dificuldade no acesso à internet e conectividade no campo; e falta de uma legislação específica para veículos autônomos.

“Talvez o mercado ainda não esteja maduro (para autônomos). Ainda é possível ter uma melhoria no sistema sem precisar da autonomia. Hoje ainda não é um gargalo ou demanda do produtor, algo que vá trazer um ganho substancial”, afirma Ricardo Inamasu, pesquisador da Embrapa.

E, ao contrário dos carros vendidos no mercado brasileiro que chegam ao nível 2, as fabricantes afirmam que o maquinário disponível encontra-se no nível 3 de automação, em uma escala que vai até 5 e que foi criada pela Sociedade dos Engenheiros Automotivos (SAE). 

No nível 3, chamado de “automação condicional”, a movimentação ocorre por conta própria e o operador só precisa assumir o controle em uma condição extrema.