TRF-1 suspende abate de jumentos no Brasil que eram exportados para a China
A medida foi aprovada por 10 dos 13 desembargadores da Corte

Foto: Chris carroll/ Pexels
A Corte Especial do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), em Brasília, decidiu, na quinta-feira (3), suspender o abate de jumentos no Brasil para exportação à China. A medida foi aprovada por 10 dos 13 desembargadores.
O couro do jumento é exportado desde 2016 para a China. Lá eles fazem um remédio conhecido como eijao, bastante popular no país. Apesar de não haver comprovação científica de que funcione, o eijao é utilizado no país asiático para tratar menstruação irregular, anemia, insônia e até impotência sexual. É consumido de diversas maneiras, como chás e bolos.
Aqui no Brasil, para fabricar o eijao, um grande volume de jumentos são recolhidos da caatinga e zonas rurais do Nordeste. O problema é que não há uma cadeia de produção que renove o rebanho, como ocorre com o gado. Com isso, a população pode ser extinta, em alguns anos, no Nordeste brasileiro.
Por isso, a decisão do TRF-1 foi bastante comemorada por ativistas que vêm lutando há anos contra o mercado de ejiao no Brasil.
"Recebemos a decisão com muita felicidade, com sentimento de que vale a pena lutar pelo que é o correto. O abate de jumentos é inaceitável do ponto de vista ético, ambiental e cultural. Não existe motivo para exterminar um animal que faz parte da nossa história, uma espécie com tantos laços afetivos com o Brasil", diz a advogada Gislane Brandão, coordenadora-geral da Frente Nacional de Defesa dos Jumentos, uma das entidades que entrou na Justiça contra o setor.
A suspensão é válida para todo o território nacional, no entanto, ainda cabe recurso.