Turquia está sendo investigada pela ONU por uso de armas químicas
Curdos denunciam uso de napalm, enquanto especialistas suspeitam de ataques com fósforo branco contra civis

Foto: Agência Brasil
Inspetores da ONU declararam nesta sexta-feira (18) que estão investigando acusações de que a Turquia teria usado armas químicas em pelo menos um ataque contra curdos na Síria.
A Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) confirmou a investigação, que foi aberta depois que o Crescente Vermelho reportou que seis pacientes deram entrada em um hospital de Hasakah com queimaduras suspeitas.
Especialistas britânicos, que analisaram imagens enviadas do local, suspeitam que os ferimentos tenham sido causados por fósforo branco. A substância é normalmente usada pelos militares para criar uma cortina de fumaça, durante o dia, e como bomba incendiária para iluminar o campo de batalha à noite. No entanto, é proibido utilizá-lo contra civis, porque pode causar mortes por queimaduras, inalação ou ingestão.
Ainda nesta sexta-feira, forças curdas começaram a se retirar da chamada “zona de segurança” no norte da Síria, segundo informações de EUA e Turquia. Líderes curdos acusaram militares turcos de violar o cessar-fogo, anunciado na quinta-feira, e de usar armas químicas – além do fósforo branco, os curdos também denunciaram o uso de napalm. O presidente Recep Tayyip Erdogan, porém, negou. Segundo o governo turco, tudo estava seguindo como planejado.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, que monitora o conflito, disse que as operações turcas continuavam. Hoje, 14 civis e 8 combatentes curdos morreram na cidade de Bab al-Kheir. A Anistia Internacional acusou o Exército da Turquia e os rebeldes pró-turcos de “desprezarem a vida dos civis”, citando “provas claras de crimes de guerra”.