UE anuncia acordo com Reino Unido sobre Brexit
Líder da oposição britânica pediu aos deputados que "rejeitem" o acordo do Brexit
O Reino Unido e a União Europeia (UE) fizeram um acordo sobre o Brexit nesta quinta-feira (17). O anúncio foi feito pouco antes do início da reunião que deve selar a saída do país do bloco, prevista para o dia 31. "Onde há vontade, há acordo. Nós temos um! É um acordo justo e equilibrado para a UE e o Reino Unido (...). Recomendo ao Conselho Europeu que respalde este acordo", escreveu o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, no Twitter.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, falou em um "excelente novo acordo" sobre o Brexit. "Temos um excelente novo acordo que retoma o controle", escreveu ele na mesma rede social, em referência às promessas dos partidários da saída da UE no plebiscito de junho de 2016 sobre recuperar o controle das leis e políticas comerciais.
Johnson pediu aos deputados britânicos que aprovem o acordo durante uma sessão parlamentar extraordinária que acontecerá no sábado. O líder da oposição britânica, Jeremy Corbyn, do Partido Trabalhista, por sua vez, pediu aos deputados que "rejeitem" o acordo do Brexit.
O Brexit está previsto para 31 de outubro, mas Londres tem até o sábado (19) para conseguir um pacto com a UE. Caso contrário, deve pedir uma nova prorrogação, conforme imposto por uma lei do Parlamento britânico adotada em setembro.
O ministro britânico para o Brexit, Steve Barclay, confirmou nesta quarta aos deputados a vontade do Executivo de cumprir a lei, mas reiterou sua aposta em deixar o bloco no fim do mês.
Os negociadores tentam buscar uma solução para garantir um comércio fluido de bens entre Irlanda, país da UE, e a província britânica da Irlanda do Norte, territórios que já gozam da livre-circulação de seus cidadãos.
Outro ponto é a proteção dos acordos de paz da Sexta-Feira Santa de 1998, que colocaram um fim a décadas de conflito sangrento na ilha da Irlanda, assim como resguardar o mercado único europeu de uma concorrência desleal de seu ainda sócio.
Também há o problema do direito a veto que, segundo Londres, o Parlamento norte-irlandês teria. A cada quatro anos, esta Casa poderá se pronunciar sobre se quer continuar respeitando as regras do mercado único europeu na Irlanda do Norte.