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Um amor que vem do mar! Conheça o Fundo da Folia, projeto de recolhimento de lixo marinho

Com 9 anos de história, a iniciativa acumula mais de 400 pneus recolhidos e milhares de toneladas de plásticos, latas e materiais nocivos a vida marinha

Ás

Um amor que vem do mar! Conheça o Fundo da Folia, projeto de recolhimento de lixo marinho

Foto: Divulgação

Com sua eliminação longe da realidade, o descarte de lixo nos oceanos do mundo inteiro sempre foi um dos maiores responsáveis pelos problemas gerados no planeta. O descarte indevido de latas, garrafas, tecidos e muito mais contribuem para a poluição como um todo e gera uma cadeia enorme de prejuízos tanto a vida humana quanto a vida dos animais marinhos. 

Em entrevista ao portal Farol da Bahia o surfista e funcionário público federal, Bernardo Mussi, apaixonado pelo mar, contou que o Projeto Fundo da Folia nasceu após o carnaval de 2010, quando 4 amigos surfistas se juntaram para mergulhar e retirar o lixo da festa no Farol da Barra. A ação foi documentada em fotos, vídeos e em uma matéria cujo título deu nome ao projeto.

Rapidamente ganhou destaque nos veículos de comunicação de massa e invadiu as redes sociais. A repercussão foi grande e o grupo passou a ser convidado para debater o problema do lixo marinho em vários ambientes com interesse direto no assunto.

Por ser um projeto aberto, os interessados podem procurar os precursores através das redes sociais, só tem um detalhe, precisam saber mergulhar e ter seu próprio equipamento, caso contrário, lá mesmo eles encaminham as pessoas para instituições de ensino e aprimoramento de mergulho. As ações ocorrem geralmente na Barra e em profundidades que variam de 1 a 4 metros. Quem tem dificuldade com mergulho também pode participar com stand-up, que auxilia no transporte de material recolhido e na segurança dos demais participantes.

A partir das datas definidas pela organização, são disparados diversos comunicados e mensagens nas redes sociais então, a partir daí a população é avisada sobre onde e quando acontecem as ações.  

Vale ressaltar que o projeto nunca aceitou verbas de patrocinadores ou qualquer outra fonte. "Somos um exemplo de que é possível realizar ações socialmente incríveis apenas pela vontade, determinação, prazer e sinceridade a determinadas causas. O projeto Fundo da Folia segue com a mesma filosofia em busca de novas realizações", relata com orgulho.

Mas nem só de momentos de vitória viveu essa iniciativa, segundo o surfista, em meados de 2012 o projeto sentiu que estava “enxugando gelo” porque o volume de lixo encontrado no fundo do mar parecia não diminuir após tantas ações. Então em 2013 surgiu a ideia de transformar a área marinha entre o Farol e o Porto da Barra em uma unidade de conservação ambiental. Em abril de 2019, após o esforço coletivo do grupo, admiradores e outras instituições, o decreto do Parque Municipal Marinho da Barra foi assinado pelo prefeito de Salvador. Depois desse reconhecimento o movimento passou a ser referência entre os movimentos da sociedade civil, que realizam ações voluntárias de grande interesse público. 

Recordes do bem 

Em homenagem ao dia 7 de setembro, os mergulhadores do projeto realizaram a 21ª  edição da ação neste ano. Nela, relembraram os valores importantes para a cidadania e patriotismo. Durante a recolhida desta edição o plástico foi o material que prevaleceu no montante de resíduos tirados do fundo do mar.  Em nota divulgada em uma das redes sociais do grupo, os participantes relatam a tristeza por conta da inexistência de mais ações como a deles. "Lamentável perceber que temos muitos discursos e poucas ações efetivas para combater o problema. Precisamos agir. Vamos criar o dia da independência do plástico!" Pelo menos para reduzir o uso. Seria bom. Seguimos".

Apesar de não quantificarem as ações, os registros feitos durante a coleta  mostram que desde 2010, com 35 ações por ano o volume de lixo retirado foi muito grande e muito significativo. Só entre o Farol e o Porto da Barra, área do Parque Marinho da Barra, foram mais de 400 pneus até hoje. A maior parte dos resíduos é de plástico mas também existem muitas latas, tecidos, linhas de nylon, espetinhos de queijo, eletrônicos, celulares, óculos, madeiras e muitos metais. Quem desejar pode conferir os registros das cassadas de lixo através das redes sociais nestes endereços https://www.facebook.com/projetofundodafolia e https://www.instagram.com/fundodafolia/. 

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