Uso da aspirina para prevenir infarto deve ser reduzido, aponta pesquisa

Força-tarefa dos EUA revisa orientações para uso regular do medicamento

[ Uso da aspirina para prevenir infarto deve ser reduzido, aponta pesquisa]

FOTO: Getty Images

Especialistas estadunidenses apontam que os médicos devem evitar recomendar o uso diário de doses baixas de aspirina para pessoas que têm risco alto para doenças cardíacas. De acordo com informações do painel dos Estados Unidos, a recomendação proposta é baseada em evidências de que o risco para efeitos colaterais graves supera os benefícios da estratégia que já foi considerada uma alternativa barata na luta contra doenças ligadas ao coração.

Além disso, o painel dos EUA também planeja recuar da orientação de prescrever aspirina infantil para a prevenção do câncer colorretal. Os profissionais questionam sobre os benefícios para o câncer e afirmam que mais pesquisas são necessárias. A recomendação da Força?Tarefa de Saúde Preventiva dos Estados Unidos sobre o uso de doses baixas ou de aspirina infantil se aplicaria a pessoas com menos de 60 anos que têm risco alto para doenças cardíacas, para quem um regime diário do analgésico leve pode ter sido antes uma ferramenta para prevenir um primeiro ataque cardíaco ou derrame. As diretrizes propostas não se aplicariam àqueles que já fazem uso da aspirina.

A força-tarefa dos EUA também busca desencorajar qualquer pessoa com 60 anos ou mais de começar um regime de doses baixas de aspirina, citando preocupações sobre o risco elevado relacionado à idade de sangramentos que podem ser fatais. Uma dose baixa varia de 81 a 100 miligramas. De acordo com especialistas, o medicamento inibe a formação de coágulos sanguíneos que podem obstruir artérias, mas estudos têm levantado preocupações de que o seu uso regular eleva o risco de sangramento, especialmente no trato digestivo e no cérebro.

“Não existe mais uma declaração geral de que todo mundo que têm risco aumentado para doenças cardíacas, ainda que nunca tenham tido um ataque cardíaco, devam começar a tomar aspirina. Nós precisamos ser mais inteligentes ao combinar a prevenção primária com as pessoas que mais se beneficiarão e terão o menor risco de danos”,  disse o membro da força-tarefa e diretor de pesquisa de medicina familiar e saúde comunitária da Universidade do Havaí, Chien-Wen Tseng.

Quando a força-tarefa emitiu seu último conjunto de recomendações, em 2016, endossando o amplo uso da aspirina para prevenção primária em pessoas de alto risco e dizendo que os benefícios superavam os riscos, alguns críticos afirmaram que o painel cometia um erro. O chefe de cardiologia do hospital Cleveland Clinic, Steven Nissen, disse na época que estava preocupado que aumentar o uso da aspirina pudesse resultar em mais danos que benefícios. 

Aqueles que já fazem uso da aspirina infantil devem falar com seus médicos antes de tomar qualquer decisão. “Nós não recomendamos que ninguém pare sem falar com um clínico, e definitivamente não interrompa se já tiverem tido um ataque cardíaco ou um derrame”, disse Chien-Wen Tseng.
 


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