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Valor do iPhone poderá aumentar se for fabricado nos Estados Unidos, apontam especialistas

Fabricação iria custar a Apple quase US$ 30 bilhões e três anos para movimentar somente 10% dos suprimentos para os EUA

Por Da Redação
Ás

Atualizado
Valor do iPhone poderá aumentar se for fabricado nos Estados Unidos, apontam especialistas

Foto: Isac Nóbrega\PR

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que os “empregos e fábricas voltarão com força” após o programa tarifário ser comunicado em abril no “Dia da Libertação”. O republicano possui altas expectativas para a produção de iPhones no país.

“Há muito tempo informei Tim Cook, da Apple, que espero que seus iPhones que serão vendidos nos Estados Unidos da América sejam fabricados e construídos nos Estados Unidos, não na Índia ou em qualquer outro lugar”, publicou Trump no Truth Social, nesta sexta-feira (24). “Se não for esse o caso, uma tarifa de pelo menos 25% deve ser paga pela Apple aos EUA”, continuou.

Contudo, o chefe global de pesquisa de tecnologia da empresa de serviços financeiros Wedbush Securities, Dan Ives, afirmou que a ideia é um "conto fictício", em entrevista à CNN no mês passado.

Os iPhones produzidos nos EUA teriam custo três vezes maior do que atualmente, cerca de US$ 1.000, devido aos custos da replicação do ecossistema de produção, que é muito complexo e existe apenas no continente asiático, afirmou Ives.

Ives continuou dizendo que “eles serão iPhones de US$ 3.500”, ao fazer referência às fábricas de produção ou instalações de fabricação com tecnologia complexa. Acrescentou ainda que a mudança geraria à Apple quase US$ 30 bilhões e levaria três anos para movimentar somente 10% da cadeia de suprimentos para os EUA.

A mudança para a Ásia, para realizar a fabricação e montagem de peças dos celulares, aconteceu há algumas décadas, quando o desenvolvimento de softwares e designs de produtos gerava altos lucros. Com isso, a Apple se consolidou como uma das maiores empresas e a dominante no mundo dos smartphones.

Após a posse de Trump e a imposição das tarifas, as ações da Apple perderam cerca de 14% do valor, já que os iPhones são fabricados em Taiwan, os painéis de tela vêm de empresas sul-coreanas e outros componentes são produzidos na China, bem como a montagem final do aparelho.

“É por isso que acho que você vê o que aconteceu com as ações, porque nenhuma empresa está mais envolvida nessa frente e no centro dessa tempestade de categoria cinco do que Cupertino e a Apple”, afirmou Ives no mês passado. “É um Armagedom econômico, mas especialmente para a indústria de tecnologia”, continuou.

A isenção do governo de smartphones e outros aparelhos eletrônicos que possuem semicondutores das altas tarifas “recíprocas” sobre a China, contudo, ainda obriga a empresa estadunidense a lidar com uma tarifa de 20% sobre os produtos chineses, devido ao comércio de fentanil.

Em fevereiro deste ano, a Apple comunicou que iria investir US$ 500 bilhões nos EUA como manobra para aumentar a fabricação fora da China e evitar que Trump coloque mais tarifas sobre o país, já que a empresa estadunidense tem tentado aumentar a diversidade das bases de produção, migrando para a Índia e o Brasil.

O sócio-gerente da Deepwater Asset Management, Gene Munster, acredita que seria difícil para a Apple não elevar os valores do iPhone se tiver que enfrentar tarifas de 30% ou mais.

“Qualquer coisa abaixo de 30, eles provavelmente carregarão a grande maioria desse aumento”, afirmou Munster. “Mas acho que em algum momento eles terão que começar a compartilhá-lo.”

 

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