Varejo baiano registra prejuízo de mais de R$ 1,7 bilhões em abril

Dados foram publicados pelo IBGE

Por Da Redação
Às

Varejo baiano registra prejuízo de mais de R$ 1,7 bilhões em abril

Foto: Reprodução/Internet

De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o volume de vendas do comércio baiano em abril registrou uma forte retração de 33,2% na comparação com o mesmo período do ano passado. A Fecomércio-BA (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia) estimou o prejuízo de R$ 1,74 bilhão para o comércio do estado no período. 

Esse foi o pior resultado para o setor desde 2006. Das dez atividades analisadas pela Pesquisa Mensal do Comércio, do IBGE, somente os supermercados registraram um resultado positivo. Embora seja um setor de necessidade básica, a variação foi tímida, de 0,8% contra igual período do ano passado. “De fato, com o aumento do desemprego, retração da renda e do isolamento social, as famílias fizeram as compras essenciais, do dia a dia, buscando produtos com descontos para tentar manter a mesma qualidade da cesta de compras que faziam anteriormente”, é o que explica o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze.

No sentido negativo, as maiores quedas foram dos setores de livros, jornais e revistas (-81,4%) e equipamentos e materiais para escritórios (-69%). Entretanto, os dois têm um peso muito pequeno no desempenho geral. Dentre as outras atividades que têm maior influência no varejo do Estado, o destaque ficou com o setor de vestuário, tecidos e calçados, com retração anual de 64,9%.

Guilherme Dietze afirma que esse segmento sofre mais na crise, pois ele é mais difícil de conseguir atrair consumo através do e-commerce. “Os consumidores gostam de provar, pagar e levar na hora e com maior agilidade no caso de troca. Na compra pela internet todo esse processo é mais complicado”. Os setores mais ligados ao crédito como Eletrodomésticos e Veículos apontaram recuos respectivos de -40,9% e -57%.

“O primeiro conseguiu uma variação relativa melhor até pela adaptação das pessoas na nova rotina de home office ou mais tempo em suas casas. Assim, demandam mais televisores, ar condicionado, micro-ondas, fritadeiras elétricas, entre outros”, pontua o economista. O consultor econômico da Fecomércio-BA revela ainda que até as farmácias registraram variação negativa de 11,4%.

Segundo a Junta Comercial da Bahia, ao longo dos quatro primeiros meses foram encerradas 4.096 empresas no ramo comercial, representando 53% do total. Somente nos meses de abril e maio, foram pouco mais de mil. É importante ressaltar que o processo de fechamento não é tão fácil e rápido no país. Dietze ainda relatou que as lojas com portas fechadas no comércio hoje podem representar uma parcela que está adotando esta estratégia para sobreviver.

“Ou seja, diante de uma baixa demanda, os custos de uma abertura seriam superiores a receita do dia. Portanto, muitos empresários estão esperando uma volta mais firme deste consumidor para voltar as atividades”. Portanto, os números apresentados pela Junta Comercial tendem a ser subestimados, mas a tendência é do aumento de encerramento ao longo do ano. 

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:redacao@fbcomunicacao.com.br
*Os comentários podem levar até 1 minutos para serem exibidos

Faça seu comentário