Vendas de bens duráveis estão 9% abaixo do patamar pré-pandemia, aponta FGV
Estudo leva em consideração o segundo trimestre de 2022 em comparação a fevereiro de 2020

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Um levantamento do Monitor do PIB da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontou que as vendas de bens duráveis encerraram o segundo trimestre de 2022 9,13% abaixo do patamar alcançado em fevereiro de 2020, último mês antes do início da pandemia.
De acordo com o coordenador do Núcleo de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), Claudio Considera, entre os fatores que explicam essa retração estão a elevação dos juros, a pressão inflacionária, os altos patamares de endividamento e inadimplência das famílias.
“Você tem uma influência muito forte que é a inflação, e outra muito forte que é a taxa de juros. A taxa de juros está muito alta, e bem durável você compra financiado. Além disso, o preço tem subido”, afirma o coordenador ao Estadão.
Os bens industriais no Brasil, que leva em conta tanto os produtos nacionais, quanto os importados, teve queda de 3,1% entre janeiro e junho, em comparação ao mesmo período de 2021. Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica (Ipea).
O resultado mais negativo foi para a categoria de bens de consumo duráveis, com recuo de 8% no primeiro semestre.
“A linha de produção de bens duráveis está começando a se recompor, mas a taxa de juros continua alta, e ainda vai continuar aumentando. Então o consumo desses bens ainda vai permanecer em queda por um período”, previu o pesquisador, que acrescenta ainda que, no primeiro ano da pandemia, houve um aumento na aquisição de bens duráveis por pessoas que conseguiram fazer uma poupança forçada durante o período de distanciamento social. Agora a prioridade é o consumo de serviços, porque é algo que as pessoas não faziam há muito tempo”, destacou Claudio Considera.


