O mercado de veículos começa a calcular os prejuízos causados pela crise gerada por conta da pandemia do coronavírus. Dados divulgados no final da manhã de hoje pela Anfavea, associação dos fabricantes de veículos, apontam para uma retração que pode fazer o setor perder cinco anos em volume de vendas.

Em junho foram vendidos 132,8 mil unidades contra 62,2 mil em maio. O número que representa um aumento de 113,6%, no entanto, é um ânimo momentâneo já que a Anfavea prevê redução no volume produzido e vendido este ano. "A crise chegou num momento em que as empresas projetavam um crescimento anual de quase 10% e um recuo dessa magnitude no ano terá impactos duradouros. Nossa expectativa é que apenas em 2025 o setor retorne aos níveis de 2019, ou seja, com atraso de seis anos”, disse Luiz Carlos Moraes, presidente da entidade.

Enquanto a Anfavea previa inicialmente uma expansão de 10% na produção e nas vendas, o mês passado registrou um tombo de 40,5% nos licenciamentos. No fechamento do semestre a redução chegou a 38,2% em relação ao primeiro semestre do ano passado.

Apesar dos dados negativos no segmento dos automóveis e comerciais leves o licenciamento de caminhões subiu 85,8% na comparação com maio e 16,5% em relação à junho de 2019. A alta demanda por transportes e gêneros de primeira necessidade levaram a um cenário positivo, avaliou a Anfavea.