Vídeo: “Desde muito pequeno aprendemos a depreciar a nossa existência”, diz Sulivã Bispo sobre autoestima e empoderamento negro
Educador e humorista fala sobre racismo estrutural e a importância de transformar autoestima em instrumento de cura

Foto: FB Comunicação
No episódio do Podcast Podomblé que foi ao ar nesta segunda-feira (06), o educador e humorista Sulivã Bispo refletiu sobre a herança da escravidão e o impacto do racismo na construção da autoestima da população negra. A idealizadora do podcast, Alessandra Bastos, também participou da conversa conduzida pelo host Adriano Azevedo.
“Desde muito pequeno, a gente sempre aprende a depreciar a nossa existência. A gente aprende que nosso cabelo é feio, que ele é duro, mesmo sabendo que duro é o chão, que os nossos lábios são largos e grossos demais. Então a gente aprende que os nossos traços são feios”, disse Sulivã, destacando a formação de padrões estéticos prejudiciais desde a infância.
O convidado ressaltou ainda o impacto histórico da escravidão na sociedade brasileira:
“Fomos um dos últimos países a abolir a escravidão. E a gente tem feridas em aberto ainda, desse grande trauma, dessa grande violência brutal que foi a escravidão e que gerou e gera o racismo cotidianamente. A gente sabe que esse processo é muito árduo de sair desse lugar, que não é um lugar de vitimização, de fato aí com a população preta.”
Sulivã concluiu enfatizando o papel do empoderamento e da autoestima como instrumentos de resistência e cura:
“Tudo que a gente vem colocando no lugar de autoestima, de beleza, de empoderamento, são como se fosse curativo. Por isso que é importante a gente entender que esses curativos, como eu falei, relacionados a empoderamento e autoestima, é um curativo porque a gente precisa fazer com que isso vire de fato um remédio, mas um remédio não paliativo, mas uma cura. Por isso a luta racista e antirracista deve ser de todos nós.”
Veja no vídeo a seguir: