Vídeo: Lula fala sobre crise climática e fome em discurso na ONU
Para presidente, “mundo está cada vez mais desigual”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou na manhã desta terça-feira (19), em discurso na abertura da 78ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos, que "o mundo está cada vez mais desigual". Na ocasião, o petista citou a crise climática e afirmou que 735 milhões de pessoas em todo o mundo vão dormir "sem saber se terão o que comer no dia seguinte".
"Há 20 anos, ocupei esta tribuna pela primeira vez. Volto hoje para dizer que mantenho minha inabalável confiança na humanidade, reafirmando o que disse em 2003. Naquela época, o mundo ainda não havia se dado conta da gravidade da crise climática. Hoje, ela bate às nossas portas, destrói nossas casas, nossas cidades, nossos países, mata e impõe perdas e sofrimentos a nossos irmãos, sobretudo os mais pobres”, disse Lula.
“A fome, tema central da minha fala neste Parlamento Mundial 20 anos atrás, atinge hoje 735 milhões de seres humanos, que vão dormir esta noite sem saber se terão o que comer amanhã", completou.
Antes de Lula, falaram o secretário-geral da ONU, António Guterres; e o presidente da Assembleia Geral, o diplomata Dennis Francis, de Trinidad e Tobago. O tema da desigualdade foi unânime nos discursos.
O presidente do Brasil citou ainda a Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável. "No Brasil, estamos comprometidos a implementar todos os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável de maneira integrada e indivisível. Queremos alcançar a igualdade racial na sociedade brasileira por meio de um 18º objetivo, que adotaremos voluntariamente", declarou.
Mudanças climáticas
Durante seu discurso, Lula defendeu a pauta das mudanças climáticas, uma posição que o governo tem mantido em fóruns internacionais desde janeiro.
"Agir contra a mudança do clima implica pensar no amanhã e enfrentar desigualdades históricas. Os países ricos cresceram baseados em um modelo com alta taxa de emissão de gases danosos ao clima. A emergência climática torna urgente uma correção de rumos e a implantação do que já foi acordado", disse.
"Os 10% mais ricos da população mundial são responsáveis por quase metade de todo o carbono lançado na atmosfera. Nós, países em desenvolvimento, não queremos repetir esse modelo", completou.
Assista o discurso na íntegra:
