Vídeo: “O racismo no Ocidente opera quando você não se vê”, afirma I’sis Almeida no Podomblé
Jornalista analisa o caráter estrutural do racismo, as disputas identitárias e os impactos das rupturas internas na luta antirracista

Foto: FB Comunicações
A jornalista I’sis Almeida refletiu sobre o funcionamento do racismo no Ocidente e como ele se sustenta a partir da negação da identidade, da cultura e do pertencimento de corpos negros na sociedade, no episódio do podcast Podomblé, que foi ao ar na segunda-feira (15).
Em conversa com o apresentador Adriano Azevedo, I’sis destacou que o racismo se manifesta justamente quando o sujeito não consegue se reconhecer no mundo. “Você é um corpo no mundo e não consegue se encontrar.”, afirmou.
Segundo a jornalista, o modelo ocidental constrói o racismo a partir de binarismos rígidos, como branco e preto, rico e pobre, estabelecendo hierarquias que excluem expressões culturais negras do reconhecimento social. “O funk está ali, o samba está ali, mas isso não é visto como cultura dentro dessa lógica”, pontuou.
I’sis também chamou atenção para as disputas internas dentro da própria comunidade negra, como os debates sobre colorismo, parditude e identidade racial. Para ela, essas rupturas, embora legítimas, acabam favorecendo as estruturas de poder quando não resultam em organização coletiva. “Se a gente não consegue se resolver enquanto comunidade, a gente entrega exatamente a faca e o queijo para o outro lado”, avaliou.
Ao final, I’sis defendeu que o enfrentamento ao racismo precisa ir além da denúncia das estruturas e avançar na construção de soluções concretas. “O nosso objetivo que é para além de apontar o racismo nas estruturas, é construir soluções para repensar ele”, concluiu.
Veja declaração:


