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Vídeo: 'Quem empurra para a greve não somos nós, é a prefeitura', diz presidente do sindicato dos professores

Categoria diz que defasagem salarial é de 58% e cobra proposta do prefeito Bruno Reis para atingir o piso

Por Inara Almeida
Ás

Atualizado
Vídeo: 'Quem empurra para a greve não somos nós, é a prefeitura', diz presidente do sindicato dos professores

Foto: Divulgação

Professores da rede municipal de Salvador decretaram greve por tempo indeterminado no dia 6 de maio, após as tentativas de negociações com o prefeito Bruno Reis (União) em relação ao piso salarial, que não obtiveram sucesso. Em entrevista ao Farol da Bahia, o professor Rui Oliveira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), explicou que a defasagem salarial dos profissionais da educação é de 58%, enquanto a proposta máxima feita pela gestão municipal foi de 6,27% até então.

"A categoria recusou [o reajuste de 6,27%] e disse na Assembleia que o prefeito é que deve dizer de que forma consegue pagar essa dívida. Então, a greve continua. Nós vamos intensificar a mobilização e a responsabilidade por deixar mais de 100 mil estudantes sem aula da Prefeitura de Salvador", destaca Rui, que enviou ao presidente da Câmara de Salvador, Carlos Muniz (PSDB), um documento pedindo intermediação entre os professores da rede municipal e a prefeitura.

Uma profissional de educação da rede municipal de ensino que preferiu não ser identificada denunciou que mesmo professores pós-graduados, mestres e doutores recebem "muito pouco". "Qual profissional desse porte de outras áreas recebe tão pouco? Por que na educação isso seria aceitável? Estamos muitos indignados com anos de injustiça", reclamou.

Ameaça de corte salarial

Em resposta à greve dos professores, a Prefeitura de Salvador anunciou que descontará os dias não trabalhados dos educadores que seguirem na paralisação, após decisão da Justiça que declarou ilegal a greve dos profissionais da educação da rede municipal.

Segundo a educadora, a notícia sobre a ilegalidade da greve é "tendenciosa" e a estratégia da prefeitura é "antidemocrática". "Essa era uma estratégia esperada dessa gestão que tem uma continuidade desde ACM Neto, quando já se aplicava essa política antidemocrática. Estamos na busca de conscientização dos colegas e da população de que não nos deixemos abater por isso e continuemos na luta pelo nosso piso salarial que é nosso por direito", disse.

Segundo Rui, se o Governo cortar os salários dos profissionais da educação que mantêm a greve, a categoria não irá repor as aulas perdidas. "A reposição é uma contrapartida da devolução de salário. E aí, vamos acionar o Ministério Público, porque a Prefeitura não vai cumprir as exigências", afirmou o presidente da APLB.

'Saunas de aula'

O representantes dos professores garantiu ainda que outras demandas da categoria estão sobre a mesa para diálogo com a prefeitura, como a ausência de climatização na maioria das escolas - o que levou às salas de aula dos colégios municipais de Salvador serem apelidados de "saunas de aulas".

"Muito calor, crianças passando mal, trabalhadores de educação passando mal, falta de condições de trabalho, ou seja, é um castigo você trabalhar em uma escola que nem ventilador tem”, pontua o professor.

Foto: Divulgação

A abertura de novos concursos públicos para professores e auxiliares de desenvolvimento infantil (ADIs), a fim de reverter o quadro de “exploração de mão de obra” com a contratação via REDA, e mais vagas para mudança de nível, são outras demandas levadas à gestão municipal.

A secretaria de Comunicação da Prefeitura de Salvador não respondeu aos questionamentos da reportagem sobre as negociações com a categoria de profissionais da educação e o corte de salários dos que se mantiverem em greve. O espaço segue aberto para posicionamento.

Confira entrevista na íntegra:

 

 

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