Vídeo: 'Rui Costa foi irresponsável', diz entidades em protesto contra desativação do trem no Subúrbio de Salvador

Moradores da região do Subúrbio Ferrovirário de Salvador participaram, nesta terça-feira (15), de um protesto contra a paralisação do trem na localidade. O ato marca a data em que o meio de transporte foi desativado, em 15 de fevereiro de 2021. 

De acordo com o presidente da União de Bairros de Salvador, Joceval Tibúrcio, ao Farol da Bahia, todas as instituições estão "caladas" desde o fechamento do trem. Segundo ele, a decisão do governo da Bahia impacta diretamente na população que mais precisa no subúrbio. 

"O governador [Rui Costa] sabendo que não tinha recursos garantidos, teve a irresposabilidade de autorizar a desativação do transporte ferroviário. Na pandemia, foi o meio que permitia os moradores a se movimentar para ter o que dar de comer aos seus filhos", disse Joceval. 

Ainda de acordo com Joceval Tibúrcio, as entidades vão exigir a revisão completa do projeto, que se mostra nocivo pelo valor alto, poluição ambiental e o crime de retirar a farrovia da região. "Está rasgando a nossa identidade, até porque nós somos Subúrbio Ferroviário. Foi altamente irresponsável. Vamos cobrar do governo, do Poder Legislativo municipal e estadual, Ministério Público", argumentou. 

O coordenadora-geral da Sociedade Nacional do Movimento Trem de Ferro, Gilson Vieira, para implantar o VLT, não precisa desativar a ferrovia porque ambos transportes são compatíveis. "A gente está com um prejuízo gigante. Eram 14 mil pessoas por dia [utilizando o trem] que pagavam R$ 1, a ida e volta. Hoje para pegar o ônibus é R$ 8,40. É um prejuízo para a população, um prejuízo social e ambiental", pontuou. 

"Não é possível, implantar um sistema destruindo uma estrutura que poderia ser aproveitada, implantar um modal mais barato, com tarifa mais barata. Poderia até avançar para outros municípios. Agora estamos com um patrimônio parado e na pandemia [de Covid-19]. O governo da Bahia parar o trem e não deixar uma alternativa equivalente com esses milhões de moradores", criticou Gilson.