O Instituto Fogo Cruzado, responsável pelo mapeamento da violência armada, divulgou dados alarmantes sobre a situação em Salvador e Região Metropolitana no mês de março. De acordo com o levantamento, foram registrados 182 tiroteios, representando um aumento significativo de 34% em comparação ao mesmo período do ano anterior, que teve 136 ocorrências.

Os números revelam um cenário preocupante, com 145 mortes e 43 feridos contabilizados durante os confrontos. Um dado que chama atenção é que, dos tiroteios mapeados, 77 ocorreram durante ações e operações policiais. Esses eventos resultaram na morte de 60 pessoas e deixaram outras 16 feridas, indicando os maiores índices desde o início do ano.

A média de seis baleados por dia em março superou os meses anteriores, com janeiro registrando uma média de cinco baleados e fevereiro, mês do carnaval, com quatro. Além disso, o mês viu a primeira morte por bala perdida de 2024.

Entre as vítimas de balas perdidas, destaca-se um menino de 5 anos, atingido nas costas durante um tiroteio entre policiais e um grupo armado no bairro de Saramandaia, em 16 de março. Também foram registradas três mortes de mulheres, incluindo uma idosa de 63 anos, Ana Rita Bispo dos Santos, alvejada enquanto aguardava um ônibus no bairro Caminho de Areia.

Um homem de 56 anos foi baleado enquanto consertava seu som dentro de casa, na noite de domingo (14). Os tiros vieram de uma ação policial na Rua Boa Fé, em Pero Vaz. 

Os bairros mais afetados pela violência armada em março foram Paripe, Fazenda Coutos, IAPI, Pero Vaz, São Cristóvão, Fazenda Grande do Retiro e Liberdade, com múltiplos tiroteios e altos números de vítimas.