Violência Contra a Mulher: pandemia de covid-19 revela aumento de casos

A secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres da Bahia, Julieta Palmeiras, alertou sobre a importância da denúncia

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Violência Contra a Mulher: pandemia de covid-19 revela aumento de casos

Foto: Marcos Santos/USP

A violência contra as mulheres continua vitimando milhares de brasileiras regularmente. Esse problema ficou ainda mais grave no período de pandemia da Covid-19, já que muitas pessoas tiveram que ficar em casa, por causa da medida restritiva contra a Covid-19, e consequentemente, mais próximas do agressor,  visto que na maioria dos casos o violentador mora com a vítima.

Diante dessa questão, a secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres da Bahia, Julieta Palmeiras,  alertou sobre a importância da denúncia e destacou que o problema é de saúde pública.

"Eu acredito que a violência contra as mulheres é um problema de saúde pública que afeta a vida das mulheres quando não lhes subtrai a vida com o feminicídio. Então essa é uma questão super importante e sem dúvida tem diversos impactos.", conta.

Dados do Instituto Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgados em junho, mostram que uma em cada quatro mulheres acima de 16 anos afirma ter sofrido algum tipo de violência no último ano no Brasil, durante a pandemia de Covid. 

Isso significa que cerca de 17 milhões de mulheres (24,4%) sofreram violência física, psicológica ou sexual. Na comparação com os dados da última pesquisa, há aumento do número de agressões dentro de casa, que passaram de 42% para 48,8%. 

A secretaria Julieta cita a culpabilização da vítima, como motivação para que as denúncias não sejam feitas.  "A violência sexual fere os direitos sexuais e direitos reprodutivos das mulheres,  então é uma agressão ao corpo da mulher, uma invasão ao corpo da mulher. Isso tem haver também com a ideia de que muitas mulheres quando sofrem esse tipo de violência, já são também agredidas até no momento de denunciar, então elas já estão na situação de vulnerabilidade diante da própria violência sexual e ao chegar em determinados espaços para denunciar, para registrar há uma muitas vezes uma situação onde se coloca quase que a mulher como uma culpada por essa violência sexual. Então nós precisamos encarar que existem danos muito graves a saúde das mulheres e danos psicológicos, além de precisarmos tomar muitas iniciativas voltadas para defesa delas,  para que não haja o que chamam de revitimização", conta

Segundo a Lei Maria da Penha, criada em 2006, para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, foi criado mecanismo como proteção para essas vítimas, como medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar.

Para denunciar e buscar ajuda a vítimas de violência contra mulheres (Ligue 180), que registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgão competentes, bem como reclamações, sugestões ou elogios sobre o funcionamento dos serviços de atendimento. Todos podem denunciar, até de forma anônima. 

Outra forma seria o Disque 100. O canal é um serviço de proteção a crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. Ele funciona diariamente, das 8h às 22h, e qualquer pessoa pode denunciar.

Quem preferir realizar a denúncia de forma online, pode acessar o site do Proteja Brasil.  Ele é gratuito e está disponível para Android e iOS ou enviar um e-mail para o ligue180@mdh.gov.br, com relatos do que está acontecendo. 

 


 

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