Na ponta da chuteira

A covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, chegou com o pé na porta da normalidade. Atropelou as nossas rotinas, as nossas vidas, os nossos hobby’s, mudou tudo. E não foi diferente no esporte. Campeonatos foram paralisados, a Copa América, assim como os Jogos Olímpicos foram adiados, esse último pela primeira vez na história. 

No entanto, no Brasil, que registra mais de 1,8 milhões de casos confirmados, a Taça Rio já tem o Fluminense como seu campeão, após ganhar o jogo da final em cima do Flamengo, na última quarta-feira (8). O futebol baiano retornará no dia 22 de julho, assim como o paulista. Além da volta do baianão, a Copa do Nordeste, que terá Salvador como sede única, tem a expectativa de retornar no dia 21 de julho.

Mesmo com os números avançando e sem nenhum sinal aparente de estabilização, cidades de todos os cantos do país estão reabrindo seus comércios ou divulgando seus protocolos, que contam com o retorno do futebol. Na Bahia, os dois principais clubes do estado, o Esporte Clube Bahia e Esporte Clube Vitória, já voltaram aos treinos, com testes semanais em seus jogadores e nos componentes da comissão técnica. 

Mas fica o questionamento: chegamos a um ponto onde, realmente, é seguro voltarmos a ter jogos, onde, além dos 22 atletas em campo e suas comissões técnicas, há outras pessoas envolvidas em todas as operações? ou será que passamos a normalizar a morte?

Falando em operações de jogos e pessoas envolvidas, vale ressaltar um caso na Bulgária, onde um falso negativo do zagueiro Martin Kavdasnki, após teste realizado momentos antes da partida, três companheiros de equipe, o presidente do clube e 16 membros do time adversário testaram positivo. Após a ampla divulgação do caso, o laboratório responsável assumiu o erro e pediu desculpas aos clubes. 

Falando em normalizar a morte, vamos nos colocar no lugar das famílias que estão perdendo seus parentes? Onde fica o respeito? Onde fica a compaixão? Os jogadores vão comemorar gols enquanto outros perdem seus entes queridos? 

Sejamos mais empáticos e vamos parar de normalizar a perda de mais de 565 mil pessoas no mundo todo.


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