José Medrado

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O professor em Filosofia Política, Álvaro Nunes, em clássico trabalho versado em Teorias filosóficas sobre a guerra, entende que o realismo, como linha filosófica de interpretar o mundo, é, em verdade, uma teoria popular entre os cientistas políticos, aqueles que, por profissão, lidam com questões respeitantes às relações entre estados. Geralmente, esses estudiosos tendem a observar a cena política no mundo, como uma arena de anárquicos, que não guardam regra alguma em suas atitudes, porque só querem se impor, e tudo ao fundo só tem relação com o poder. É certo que os seres humanos vivem nessa busca constante de adquirir poder, principalmente sobre pessoas, e neste vale tudo de manipulação e todas as formas de estratagemas garantidores de seus objetivos, desde questões comezinhas domésticas até a tal fala geopolítica internacional, o que vemos é um pensamento generalista, comum:  a política internacional não está sujeita a quaisquer regras morais. É nesse sentido que vemos países sendo invadidos (Ucrânia pela Rússia) em visível interesse expansionista e de vingança; grupos extremista, terroristas atacando civis, fazendo-os reféns ( grupo Hamas contra Israel)...dando-nos a ideia de que as considerações de caráter moral, embora possam ter convenções apropriadas para regular as relações entre pessoas e nações, serão acertos que a depender dos interesses não passarão de letras esquecidas, vilipendiadas, a fim de se conquistar o que se pretende. A Rússia,  o hamas e todos vão justifcar -  sempre nos justificamos e justificamos as atitudes erradas, a fim de darmos sustentáculos a elas - desde o individual até o coletivo de uma nação: a regra sempre será a do “direito do mais forte a se impor, pela força bélica, pouco pela negociação civilizada”. Esse argumento servirá para tudo, e geralmente são bem assimilados pelos interessados que querem de fato a paz. Não falo aqui e motivações históricas, de reações e não ações, nada disto. Falo de vidas agora.  

Assim, como se não bastassem as nossas guerras internas, estamos assistindo a mais uma guerra envolvendo gente, gente morrendo. “Mesmo diante de todo o avanço intelectual, cultural e das ciências que tivemos como humanidade nos últimos séculos, algumas lideranças políticas e segmentos da sociedade ignoram tais evoluções e ainda creem na funcionalidade do derramar de sangue inocente para a resolução de velhos e novos conflitos”, argumentou um estudioso das questões internacionais. Muitos afirmam que essa filosofia mortífera entre pessoas intolerantes e líderes sanguinários entra em choque com o que já se tem certeza de há muito, que o diálogo pode tudo resolver, desde o estacionamento indevido em vaga reservada até guerras entre nações, mas a verdade é que tem gente que não pensa em acertos, mas forma de atacar, preponderar pela força ou por atos terroristas, de qualquer natureza e espectro político, religioso, pessoal...familiar. 

Não trato aqui de julgar, discutir mérito algum de natureza de direitos, conquistas, defesa própria...falo de irracionalidade, de falta de entendimento, porque ao fundo e ao cabo tudo será por poder, dominação e manipulação. Triste raça humana.  
 
 


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