Volto aqui &agrave; quest&atilde;o de verdadeira promiscuidade que assola a viv&ecirc;ncia religiosa, de um modo geral, &nbsp;no Brasil, em enredo sinistro entre religi&atilde;o e pol&iacute;tica. N&atilde;o se trata, de forma alguma, de implic&acirc;ncia de um crente (sou crente nas verdades cr&iacute;ticas, &agrave; luz do Espiritismo) em rela&ccedil;&atilde;o a prega&ccedil;&otilde;es e ou defesas ideol&oacute;gicas. N&atilde;o. No entanto, sou observador dessa cena h&aacute; 49 anos, sendo 47 &agrave; frente de uma institui&ccedil;&atilde;o religiosa, e a desnudo de todos &nbsp;vemos um forte vilip&ecirc;ndio ao entendimento dos Evangelhos de Jesus. Recentemente, chegou-me ao conhecimento um site supostamente esp&iacute;rita, onde uma mensagem atribu&iacute;da a um esp&iacute;rito superior, relatava um fim tr&aacute;gico para dois ministros do Supremo Tribunal Federal. Em tom messi&acirc;nico (bem ao estilo de quem quer construir uma imagem de paz) o locutor cita os nomes e vaticina um destino sombrio para ambos, bem como ovaciona um ex-presidente, como se fosse um ungido pelo Alto. Absurdo, um m&iacute;nimo de conhecimento doutrin&aacute;rio evidencia a farsa. Esp&iacute;rito superior n&atilde;o profetiza nada. De forma semelhante, vi um v&iacute;deo de um frei cat&oacute;lico satanizando o Espiritismo de tal monta, que n&atilde;o deixa d&uacute;vida, por quanto dito claramente, que o diabo conduz a doutrina de Allan Kardec. O cl&eacute;rigo tamb&eacute;m ataca a Umbanda. Tudo muito criminoso e sem manifesta&ccedil;&atilde;o da Procuradoria-Geral da Rep&uacute;blica.&nbsp;

N&atilde;o para a&iacute;, no ano passado um v&iacute;deo que circulou pelo Facebook, um pastor de uma famosa igreja evang&eacute;lica de Minas Gerais, aparece pregando em Belo Horizonte. Logo no come&ccedil;o diz: &ldquo;S&oacute; vai ter marcha das vadias se voc&ecirc; quiser. S&oacute; vai ter boate gay, parada gay... parada dos maconheiros, se voc&ecirc; quiser. Outro dia, em Belo Horizonte, falaram comigo: &lsquo;... vai ter a festa do Preto Velho&rsquo;. Eu falei, &lsquo;ningu&eacute;m me pediu. N&atilde;o aceito. N&atilde;o vai ter&rsquo;&rdquo;. Ent&atilde;o ele explicou como estragar a festa alheia: &ldquo;Cheguei l&aacute; no meu grupo de jovens, chamei 20 jovens, falei &lsquo;vamos dar um B.O. na festa do capeta?&rsquo;&rdquo;. &nbsp; Cheguei e falei &lsquo;preciso de 20 malucos para dar uma busca e apreens&atilde;o no Preto Velho.&rsquo;&rdquo; O pastor diz que os meninos a meninos aceitaram na hora. E passa a gritar com a multid&atilde;o que ouvia sua prega&ccedil;&atilde;o: &ldquo;Fica velho, mas n&atilde;o fica idiota. Faz faculdade, mas n&atilde;o vira um retardado mental. N&atilde;o perde o sangue nos olhos. N&atilde;o ... N&atilde;o &eacute; porque agora est&aacute; vestindo uma roupinha engomadinha que n&atilde;o pode dar uma busca e apreens&atilde;o no capeta&rdquo;. E assim a intoler&acirc;ncia religiosa caminha. Fica f&aacute;cil qualquer um saber quem e onde isso aconteceu, como dizem os jovens: basta dar um Google. Esses senhores alegam liberdade de express&atilde;o, at&eacute; persegui&ccedil;&atilde;o a eles, mas convenhamos - crime &eacute; crime, ent&atilde;o mudem o C&oacute;digo Penal.&nbsp;

Sim, est&aacute; havendo uma escalada desse crime e nada tem sido feito, inclusive porque s&atilde;o pessoas que acumulam milh&otilde;es de seguidores, geralmente fan&aacute;ticos, que, em nome de Cristo, atacam sem d&oacute; nem piedade. Pe&ccedil;o, mas nunca me mostraram onde, em qualquer dos Evangelhos, no Novo Testamento, h&aacute; um Jesus atacando a f&eacute; de quem quer que seja, mas, isto sim, Ele d&aacute; boas li&ccedil;&otilde;es na par&aacute;bola do Bom Samaritano, bem como em conceituar os sacerdotes do Seu tempo.&nbsp; 
&nbsp;

O que vem acontecendo com o Brasil?&nbsp;O Minist&eacute;rio P&uacute;blico Federal (MPF), do&nbsp;Par&aacute;,&nbsp;requisitou&nbsp;que a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Bel&eacute;m se manifeste sobre a exclus&atilde;o de blocos afros e afox&eacute;s da programa&ccedil;&atilde;o oficial do carnaval da capital paraense neste ano.&nbsp;De acordo com&nbsp;as&nbsp;organiza&ccedil;&otilde;es da comunidade afro-brasileira no Par&aacute;, que apresentaram uma den&uacute;ncia formal ao MPF, a&nbsp;medida configura racismo institucional e representa um silenciamento da hist&oacute;ria e da cultura afro-brasileira dentro da festividade.&nbsp;Em nota de rep&uacute;dio, o coletivo de grupos, bandas e blocos afro de Bel&eacute;m destacou a import&acirc;ncia do carnaval como um espa&ccedil;o de reconhecimento e fortalecimento das express&otilde;es culturais afro-brasileiras.&nbsp;&Eacute; exclus&atilde;o por todos os lados, que busca se naturalizar com express&otilde;es tolas do tipo &eacute; mimimi, ou o que valha. Parece que se orquestra &ndash; n&atilde;o tenho del&iacute;rios conspiradores &ndash; uma desconstru&ccedil;&atilde;o de ideais de Na&ccedil;&atilde;o, de coletivo, em uma investida sem parar rumo a uma nova configura&ccedil;&atilde;o da nossa real hist&oacute;ria. S&atilde;o brasileiros torcendo para que um produto nacional, o filme Ainda Estou Aqui n&atilde;o ganhasse nada. &Eacute; uma virul&ecirc;ncia sobre pontos de vista divergentes, onde inclusive j&aacute; houve assassinato.&nbsp;

Salvador n&atilde;o se diferencia,&nbsp;chocou a todos a tal passarela da exclus&atilde;o, em uma esp&eacute;cie de ass&eacute;dio burgu&ecirc;s sobre o povo do asfalto, do ch&atilde;o do seu trabalho duro e suado, mas tamb&eacute;m da sua divers&atilde;o e alegria. N&atilde;o trato aqui de discurso do famigerado politicamente correto. De forma alguma. Falo sobre o sentido de Na&ccedil;&atilde;o, de um patriotismo positivo, que sempre gerar&aacute; a inclus&atilde;o, a solidariedade e o respeito pela diversidade, a pluralidade de sua gente. Hoje, todavia, j&aacute; se fala na revivesc&ecirc;ncia nefasta de um&nbsp;patriotismo negativo, que semanifesta como nacionalismo extremo, xenofobia ou hostilidade em rela&ccedil;&atilde;o aos diferentes.&nbsp;Essa forma de patriotismo&nbsp;leva&nbsp;&agrave; divis&atilde;o social e a conflitos,&nbsp;pois se baseia no divisionismo do n&oacute;s e eles.

S&atilde;o c&eacute;lulas nazistas sendo desbaratadas por todo o Pa&iacute;s...&eacute; o Nordeste sendo achincalhado de toda forma. &Eacute; verdade que sempre foi, mas tem ficado pior. Repito a pergunta do in&iacute;cio: O que vem acontecendo com o Brasil? A psicanalista Maria Homem responde, com propriedade e conhecimento &ndash; O Brasil est&aacute; doente, e as puls&otilde;es mais delirantes vieram &agrave; tona. Cabe-nos impedir com sentimento de representatividade do diverso o alastramento dessa puls&atilde;o que gera conflitos, exclus&otilde;es e diferen&ccedil;as entre iguais, pelo menos diante das leis e dos valores de cidadania, eu&nbsp;penso. &nbsp;

&Eacute; impressionante como se estende desde sempre a ideia no seio da nossa sociedade de que o de fora &eacute; melhor do que o nacional. A forma de valorizar alguma coisa, era dizer ser importado. Hoje vemos um segmento grande de brasileiros vibrando, torcendo, pelos feitos de Donald Trump. N&atilde;o entendo, d&aacute;-me um n&oacute; no ju&iacute;zo, diria minha m&atilde;e. Naturalmente, que tem a ver com ideologia, forma de ver o mundo..., mas da&iacute; a torcer a favor e contra o Brasil? Fica dif&iacute;cil a compreens&atilde;o. &Eacute; verdade que isso guarda resposta, pelo menos em parte, em &nbsp;uma teoria, muito usada: o tal complexo de vira-lata, que seria criada por Nelson Rodrigues, na d&eacute;cada de 1950. Ele afirmava que o brasileiro n&atilde;o alcan&ccedil;ava grandes conquistas por possuir uma cren&ccedil;a inconsciente de que &eacute; uma &quot;etnia&quot; inferior &agrave; dos demais povos, especialmente em face dos europeus. Hoje vemos tamb&eacute;m frente aos estadunidenses.&nbsp;

Nelson Rodrigues dizia que o brasileiro precisava encontrar a sua identidade para se desenvolver como pa&iacute;s. Encontrar a sua alma como povo soberano e capaz. Em verdade, essa teoria surgiu especialmente devido as ideias de inferioridade racial de autores famosos do s&eacute;culo XX, como Monteiro Lobato, Oliveira Viana e Nina Rodrigues, que afirmavam que os brasileiros miscigenados eram inferiores &agrave;s ditas ra&ccedil;as puras. Acredite. E mais: &nbsp;que a heran&ccedil;a racial n&atilde;o era apenas a chave para a predisposi&ccedil;&atilde;o a certas doen&ccedil;as, mas que os africanos e os povos miscigenados eram tamb&eacute;m mais predispostos &agrave; criminalidade.

De volta ao cerne das nossas reflex&otilde;es: como entender parcela da sociedade torcendo para o presidente de outro pa&iacute;s que est&aacute; para taxar os produtos brasileiros, gerando apreens&atilde;o e preocupa&ccedil;&otilde;es &agrave; ind&uacute;stria brasileira?! Se for por torcida contra ao presidente do momento, &eacute; muita mesquinharia, pois o povo &eacute; que vai sentir o repasse dos que os empres&aacute;rios perderem. Ele quer impor, &nbsp;mas a&iacute; &eacute; para o seu povo: Em um memorando enviado &agrave; administra&ccedil;&atilde;o federal, o republicano passou a exigir que reformas de pr&eacute;dios p&uacute;blicos, novos projetos de arquitetura e artes sigam uma est&eacute;tica definida de &ldquo;beleza&rdquo;, a dele. &nbsp;Al&eacute;m disso, um decreto assinado determinou o fim de programas criados para a &ldquo;promo&ccedil;&atilde;o de cultura, museus e bibliotecas&rdquo; como ferramentas de fortalecimento da democracia. Por outro lado, veja o absurdo, Trump imp&otilde;e censura em ci&ecirc;ncia e for&ccedil;a dela&ccedil;&otilde;es entre pesquisadores O governo instaurou medidas de censura contra &oacute;rg&atilde;os de ci&ecirc;ncia, cancelando viagens de pesquisadores, proibindo suas participa&ccedil;&otilde;es em semin&aacute;rios e limitando apresenta&ccedil;&otilde;es p&uacute;blicas sem aprova&ccedil;&atilde;o pr&eacute;via. As restri&ccedil;&otilde;es tamb&eacute;m incluem a cria&ccedil;&atilde;o de um sistema de dela&ccedil;&otilde;es internas entre funcion&aacute;rios, intensificando o clima de press&atilde;o em ag&ecirc;ncias federais. Mas, a liberdade de express&atilde;o &eacute; o m&aacute;ximo nos Estados Unidos &ndash; cont&eacute;m ironia.&nbsp;

N&atilde;o &eacute; apenas nesses dias que correm, mas notamos de algum tempo uma ideia latente e se assanhando, no que se convencionou chamar de &lsquo;pauta de costumes&rsquo;, em uma esp&eacute;cie de retorno a valores hip&oacute;critas, que foram se desmoronando com o avan&ccedil;o de direitos civis gerais. H&aacute; estudiosos que afirmam que esses ensaios de retrocesso, alguns com &ecirc;xito, nada mais &eacute; que um cortina de fuma&ccedil;a ou bal&atilde;o de ensaio para movimentos mais profundos e de maior impacto na sociedade, muitos afirmam que em verdade o que estamos vendo e at&eacute; travando &eacute; uma guerra cultural, onde devagar, mas continuamente vai se armando a popula&ccedil;&atilde;o com o retorno de conceito j&aacute; superados, de preconceitos. Esga&ccedil;a-se o tecido social, para se implantar ideologia de consumo moral ultrapassado. Ao ver a Academia de Cinema, com o seu cobi&ccedil;ado Oscar, transformar a estrela do filme Emilia P&eacute;rez (2024), Karla Sof&iacute;a Gasc&oacute;n, mulher trans, exultei. A diversidade se evidenciando de forma revolucion&aacute;ria, inclusive em momento de posse de um extremista, Donald Trump. No entanto, o inverso aconteceu: voltaram &agrave; tona antigos tu&iacute;tes preconceituosos feitos pela atriz. Naturalmente, ela declarou que as postagens divulgadas foram &ldquo;fabricadas&rdquo; e distorcidas e t&ecirc;m como objetivo sabotar sua indica&ccedil;&atilde;o ao Oscar.

Gasc&oacute;n se desculpou pelo teor das mensagens expostas &ldquo;Minhas desculpas mais sinceras a todas as pessoas que possam ter se sentido ofendidas pela forma como me expressei no passado, no presente e no futuro.&quot;, mas o estrago foi feito. Em entrevista &agrave; CNN da Espanha, sua terra, ela afirmou que ao falar sobre George Floyd (um afro-americano assassinado em Minneapolis, em 2020, estrangulado pelo policial, que ajoelhou em seu pesco&ccedil;o durante uma abordagem por supostamente usar uma nota falsificada de vinte d&oacute;lares) ela rearruma a declara&ccedil;&atilde;o pret&eacute;rita que ele era um viciado e drogado, dizendo agora que &ldquo;ele era uma pessoa que estava em uma situa&ccedil;&atilde;o muito dif&iacute;cil na vida dele e ningu&eacute;m o ajudou. E, de repente, ele se torna um s&iacute;mbolo de uma causa e todos passaram a am&aacute;-lo.&rdquo;. Al&eacute;m disso, em setembro do mesmo ano, a atriz fez coment&aacute;rios sarc&aacute;sticos sobre uma imagem de uma fam&iacute;lia mu&ccedil;ulmana, criticando o islamismo de forma contundente e comparando-o a uma doen&ccedil;a. &ldquo;O Isl&atilde; &eacute; maravilhoso, sem nenhum machismo. As mulheres s&atilde;o respeitadas e, quando s&atilde;o muito respeitadas, deixam um quadrinho no rosto para que os olhos e a boca fiquem vis&iacute;veis, mas s&oacute; se elas se comportarem. Embora elas se vistam assim por sua pr&oacute;pria vontade. Que asco mais profundo para a humanidade&rdquo;, declarou. O estrago estava feito, ela que havia subido que nem um foguete, despenca, levando, infeliz e lamentavelmente a visibilidade de uma causa t&atilde;o necess&aacute;ria neste s&eacute;culo XXI. Melanc&oacute;lica participa&ccedil;&atilde;o no palco internacional de visibilidade teve uma mulher trans. Lament&aacute;vel.

Donald Trump assumiu a presid&ecirc;ncia dos Estados Unidos assustando o mundo, e com raz&atilde;o, haja vista as medidas que t&ecirc;m tomado, em processo de fechamento daquela na&ccedil;&atilde;o, bem como em, no meu sentir, retrocesso de costumes, com assombro inclusive em rela&ccedil;&atilde;o a identidade de g&ecirc;nero das pessoas. N&atilde;o consigo entender, por mais que tento, como pode algu&eacute;m n&atilde;o aceitar ou mesmo querer reprimir, oprimir escolhas de vida &iacute;ntima de quem quer que seja. &Eacute; um absurdo t&atilde;o monstruoso que chega a ser patol&oacute;gico. Por&eacute;m, o que tem mais chocado &eacute; a forma em que os deportados, imigrantes irregulares est&atilde;o sendo transportados. N&atilde;o se trata aqui de que assim sempre foi, mas agora &eacute; que estamos nos situando. &nbsp;Os governos t&ecirc;m as suas pol&iacute;ticas imigrat&oacute;rias, de acordo com os seus design&iacute;os, mas a dignidade da pessoa humana n&atilde;o pode estar sob talante prepotente de poderosos de plant&atilde;o, inclusive porque h&aacute; conven&ccedil;&otilde;es internacionais que s&atilde;o assinadas com o compromisso de serem cumpridas.&nbsp;

Entendo, ainda, que o absurdo maior que o do mandat&aacute;rio estadunidense s&atilde;o brasileiros que por ideologia concordam e ecoam, sem saber, que esses brasileiros s&atilde;o bandidos, criminosos...por isto receberam tais tratamento. N&atilde;o consigo entender esse patriotismo, onde a outra na&ccedil;&atilde;o &eacute; justificada em tudo. A impressa local informou que nesse primeiro voo tinham mulheres, crian&ccedil;as...certamente, pelo menos, as crian&ccedil;as n&atilde;o s&atilde;o criminosas. &nbsp;O Itamaraty acusa os Estados Unidos de descumprimento do acordo para os voos de deporta&ccedil;&atilde;o, em raz&atilde;o do uso &ldquo;indiscriminado&rdquo; de algemas. A Embaixada americana ainda n&atilde;o se manifestou.

Os brasileiros, d&aacute; a impress&atilde;o, em geral, que perderam valores pessoais, de an&aacute;lise de situa&ccedil;&atilde;o pela &oacute;tica dos princ&iacute;pios, do &eacute;tico. Tudo agora &eacute; bolsonarista ou lulista. Absurdo. As quest&otilde;es reclamam avalia&ccedil;&atilde;o e conceitua&ccedil;&atilde;o &agrave; luz delas mesmas, n&atilde;o da sua origem ou mesmo vi&eacute;s de aceita&ccedil;&atilde;o de um lado ou do outro. Tem-se comparado as pris&otilde;es dos que vandalizaram as sedes dos Poderes da Rep&uacute;blica com a deporta&ccedil;&atilde;o dos brasileiros, mas n&atilde;o me consta que essas pessoas foram acorrentadas e agredidas fisicamente, se foram o Minist&eacute;rio P&uacute;blico Federal precisa apurar. Em atin&ecirc;ncia a esses condenados, o que passa &eacute; a lei brasileira sendo aplicada.&nbsp;

A deporta&ccedil;&atilde;o em massa de imigrantes ilegais foi uma das principais promessas de campanha de Trump. O povo estadunidense quis e feito, mas isto n&atilde;o significa ser senhor do mundo, com o &ldquo;direito&rdquo; de humilha&ccedil;&atilde;o e vilip&ecirc;ndio &agrave; dignidade da gente brasileira. Sou humanista de forma&ccedil;&atilde;o e de pr&aacute;tica, isto h&aacute; 47 anos com e na Cidade da Luz , buscando dar dignidade ao meu alcance &agrave;s pessoas, no nosso poss&iacute;vel, mas tamb&eacute;m por valores crist&atilde;os.&nbsp; 
&nbsp;

Estamos na semana do Dia de Combate &agrave; Intoler&acirc;ncia Religiosa (21), &eacute; interessante notarmos, entendo, quest&otilde;es pol&iacute;tico-partid&aacute;rias, estimulando uma escalada crescente de omiss&atilde;o do Estado brasileiro sobre os crimes de intoler&acirc;ncia religiosa. Prossegue crescendo a utiliza&ccedil;&atilde;o intencional de termos pejorativos para ofender pessoas, em raz&atilde;o da religi&atilde;o professada, e isto se configura crime de inj&uacute;ria qualificada por preconceito religioso, assim diz a Lei 14532/23 sancionada pelo presidente Luiz In&aacute;cio Lula da Silva, que equipara o crime de injuria racial, caracterizada quando a honra de uma pessoa espec&iacute;fica &eacute; ofendida por conta de ra&ccedil;a, cor, etnia, religi&atilde;o ou origem, ao crime de racismo.

A lei, agora, prev&ecirc; pena de 2 a 5 anos para quem obstar, impedir ou empregar viol&ecirc;ncia contra quaisquer manifesta&ccedil;&otilde;es ou pr&aacute;ticas religiosas. A pena ser&aacute; aumentada a metade se o crime for cometido por duas ou mais pessoas, al&eacute;m de pagamento de multa. Antes, a lei previa pena de 1 a 3 anos de reclus&atilde;o. A&iacute;, no meu sentir, &eacute; que nasce a omiss&atilde;o, do Estado, pois nesta semana, repito, do Dia Nacional de Combate &agrave; Intoler&acirc;ncia Religiosa, quantos criminosos &ndash; sim, criminosos &ndash; foram condenados e presos por intoler&acirc;ncia religiosa? Que eu saiba, pessoa alguma. Vemos, efetivamente, que esse crime tem tido uma m&aacute; vontade, uma ignor&acirc;ncia nas delegacias, quando eram tipificados. Ent&atilde;o, h&aacute; muitas den&uacute;ncias que s&atilde;o feitas que n&atilde;o viram nem inqu&eacute;rito. Tem que virar inqu&eacute;rito. N&atilde;o vira processo, nem &eacute; denunciado pelo Minist&eacute;rio P&uacute;blico e t&atilde;o pouco chega ao Judici&aacute;rio, afirma o babalorix&aacute; Ivanir dos Santos. &Eacute; um conjunto de ideologias e atitudes ofensivas a cren&ccedil;as e pr&aacute;ticas religiosas ou mesmo a quem n&atilde;o segue uma religi&atilde;o, e n&atilde;o vemos consequ&ecirc;ncias. &Eacute; um crime de &oacute;dio que fere a liberdade e a dignidade humana.

Infelizmente, vamos ver que o pr&oacute;prio Senado, em seu site, afirma que &ldquo;cr&iacute;tica n&atilde;o &eacute; o mesmo que intoler&acirc;ncia. O direito de criticar encaminhamentos e dogmas de uma religi&atilde;o, desde que isso seja feito sem desrespeito ou &oacute;dio, &eacute; assegurado pelas liberdades de opini&atilde;o e express&atilde;o.&rdquo;. Ora, ora...estou enganado ou a&iacute; tem uma autoriza&ccedil;&atilde;o, em forma de fal&aacute;cia? O que vemos, diariamente, s&atilde;o agressores usando palavras ofensivas ao se referirem a grupos religiosos e aos seus elementos, divindades e h&aacute;bitos, afirmando serem apenas cr&iacute;ticas. H&aacute;, tamb&eacute;m, casos de agress&atilde;o f&iacute;sica, haja vista que a viol&ecirc;ncia moral &eacute; a t&ocirc;nica dos criminosos.&nbsp;

N&atilde;o se trata de tolerar, que d&aacute; a ideia de suportar, mas sim de respeitar. Ser&aacute; t&atilde;o dif&iacute;cil assim respeitar o outro e as suas escolhas? 
&nbsp;

Em um solenidade &nbsp;no Pal&aacute;cio do Planalto nesta segunda-feira (13), o presidente Luiz In&aacute;cio Lula da Silva sancionou a lei que pro&iacute;be o uso de celulares e outros equipamentos eletr&ocirc;nicos em sala de aula. A nova medida j&aacute; vale para este ano de 2025 e possibilita o uso dos aparelhos apenas em situa&ccedil;&otilde;es de emerg&ecirc;ncia. A lei vale para escolas p&uacute;blicas e privadas. Foi aprovada pelo Congresso em 2024. O objetivo &eacute; fazer com que os estudantes ainda possam levar os dispositivos na mochila, mas a utiliza&ccedil;&atilde;o destes ser&aacute; proibida durante as aulas, recreios, intervalos e quaisquer atividades extracurriculares.

A lei veio em muito boa hora e precisa ser cumprida, em um momento que a educa&ccedil;&atilde;o virou uma mercadoria, onde os alunos t&ecirc;m expulsado professores quando contrariados, isto em escolas particulares, mas nas p&uacute;blicas tamb&eacute;m pela viol&ecirc;ncia instalada. Se n&atilde;o houver rigor ser&aacute;, lamentavelmente, mais uma das chamadas leis que n&atilde;o pegam, por mais absurdo que seja um pa&iacute;s alegar tal situa&ccedil;&atilde;o.&nbsp;

O fato &eacute; que as redes sociais s&atilde;o mais viciantes que &aacute;lcool e cigarro &ndash; &eacute; o que diz a pesquisa realizada pela institui&ccedil;&atilde;o de sa&uacute;de p&uacute;blica do Reino Unido, Royal Society for Public Health, em parceria com o Movimento de Sa&uacute;de Jovem. E, dentre elas, o Instagram foi avaliado como a mais prejudicial &agrave; mente dos jovens. Os resultados mostram que 90% das pessoas entre 14 e 24 anos usam redes sociais &ndash; mais do que qualquer outro grupo et&aacute;rio, o que os torna ainda mais vulner&aacute;veis a seus efeitos colaterais. Aumentando taxas de ansiedade e depress&atilde;o. Esses jovens com o compartilhamento de fotos pelo Instagram t&ecirc;m ficado sem sono, a autoimagem desvalorizada e passam a ter um crescente medo de ficar por fora dos acontecimentos e tend&ecirc;ncias.

O fato &eacute; que dentre os motivos que levaram o governo a sancionar a proposta est&aacute; a rela&ccedil;&atilde;o entre o uso de celulares e o desempenho escolar. Segundo dados do Programa Internacional de Avalia&ccedil;&atilde;o de Estudantes (PISA) em 2022, alunos que usam smartphones ou outros dispositivos digitais por mais de 5 horas di&aacute;rias obtiveram resultados piores em provas do que aqueles que passam uma hora ou menos conectados.

&Eacute; importante ressaltar que a lei abrange todos os n&iacute;veis da educa&ccedil;&atilde;o b&aacute;sica, como a pr&eacute;-escola, ensino fundamental e o ensino m&eacute;dio. Al&eacute;m da utiliza&ccedil;&atilde;o do celular, a lei tamb&eacute;m inclui o uso de aparelhos como tablets e rel&oacute;gios inteligentes, sendo, por outro lado, os professores respons&aacute;veis pela libera&ccedil;&atilde;o e utiliza&ccedil;&atilde;o dos smartphones em determinadas situa&ccedil;&otilde;es, como em atividades pedag&oacute;gicas e did&aacute;ticas. Al&eacute;m disso, os dispositivos poder&atilde;o ser utilizados para garantir acessibilidade, inclus&atilde;o, direitos fundamentais e para atender as condi&ccedil;&otilde;es de sa&uacute;de dos alunos. Empenhemo-nos para que a implementa&ccedil;&atilde;o seja efetivada em realidade.&nbsp; 
&nbsp;

Claudia&nbsp;Leitte&nbsp;voltou a estar&nbsp;no centro de uma controv&eacute;rsia nas redes sociais&nbsp;ap&oacute;s um v&iacute;deo antigo ressurgir, quando a cantora substituiu&nbsp;mais uma vez o nome de&nbsp;Iemanj&aacute;, o&nbsp;orix&aacute; das &aacute;guas, na letra da m&uacute;sica&nbsp;&quot;Caranguejo&quot;. A&nbsp;substitui&ccedil;&atilde;o se deu &nbsp;no s&aacute;bado (14), durante&nbsp;<a href="https://g1.globo.com/ba/bahia/verao/noticia/2024/12/14/fotos-veja-imagens-do-ensaio-de-verao-da-cantora-claudia-leitte-em-salvador.ghtml">o primeiro show de ensaio de ver&atilde;o da artista</a>&nbsp;no&nbsp;CandyallGuetho&nbsp;Square, em Salvador, onde fica a sede da Timbalada - banda criada por Carlinhos Brown.&nbsp;O trecho modificado&nbsp;que faz refer&ecirc;ncia a Iemanj&aacute;, foi alterado para citar &quot;Yeshua&quot;.&nbsp;A can&ccedil;&atilde;o original, um dos sucessos da banda&nbsp;Babado Novo,&nbsp;diz: &ldquo;Mar&eacute;&nbsp;t&aacute;&nbsp;cheia, espera esvaziar, joga flores no mar, saudando a rainha Iemanj&aacute;&rdquo;. No&nbsp;v&iacute;deo, em vez de citar a&nbsp;orix&aacute; das religi&otilde;es de matriz africana, a artista canta &quot;s&oacute; louvo meu Rei&nbsp;Yeshua&quot;,&nbsp;nome de Jesus em hebraico.

​O fato agora que precisa ser mais explicado, inclusive, pelo prefeito Bruno Reis, &eacute; a sa&iacute;da do&nbsp;secret&aacute;rio de Cultura e Turismo de&nbsp;<a href="https://g1.globo.com/ba/bahia/cidade/salvador/">Salvador</a>,&nbsp;Pedro Tourinho,&nbsp;que&nbsp;usou as redes sociais, para fazer cr&iacute;ticas ap&oacute;s&nbsp;a apresenta&ccedil;&atilde;o da cantora, que todos sabemos evang&eacute;lica, ter feito a altera&ccedil;&atilde;o da letra da m&uacute;sica. Naturalmente, ele n&atilde;o a citou nominalmente, mas todos sab&iacute;amos de quem se tratava. Direito inquestion&aacute;vel do secret&aacute;rio que guarda compromisso com os valores culturais de Salvador, inclusive na obriga&ccedil;&atilde;o de defender este patrim&ocirc;nio. Causou-me, no entanto, esp&eacute;cie em pouco tempo depois do ocorrido, com grande repercuss&atilde;o, o&nbsp;secret&aacute;rio&nbsp;anunciar a sua sa&iacute;da&nbsp;da prefeitura de&nbsp;Salvador. Fato ocorrido no &uacute;ltimo domingo.&nbsp;Pode ter sido grande coincid&ecirc;ncia, mas que pessoalmente achei estranho, achei. Claro que com novo mandato no Executivo, natural realinhamento de for&ccedil;as apoiadoras do prefeito, mas sem an&uacute;ncio de novo secretariado, e logo ap&oacute;s a cr&iacute;tica feita veladamente a Cl&aacute;udia&nbsp;Leitte&nbsp;soa, no m&iacute;nimo, estranho. &Eacute; sabido por todos que a cantora perfila em f&eacute; a poderosa bancada evang&eacute;lica, em todos os n&iacute;veis da estrutura do Estado brasileiro, e vem se fortalecendo e impondo suas pautas de costumes h&aacute; muito tempo. Assim, n&atilde;o me soa nada estranho que o prefeito tenha sofrido press&atilde;o desta for&ccedil;a pol&iacute;tica para &ldquo;se livrar&rdquo; do secret&aacute;rio &ldquo;inconveniente&rdquo;. &nbsp;

​Quanto &agrave; pol&ecirc;mica em si, j&aacute; me manifestei, e penso ser um absurdo violar a letra de uma m&uacute;sica para fazer bonito a um segmento, maculando, mais uma vez, o sentido de um estilo de m&uacute;sica que j&aacute; traz em seu nome, Ax&eacute;, a sua ess&ecirc;ncia e sentido. A veterana cantora poderia deixar de cantar as m&uacute;sicas que julga discordante de sua f&eacute;, encomendando letras mais, digamos, condizentes com suas cren&ccedil;as, mas mudar!!!! &Eacute; atentat&oacute;rio, sim, pode at&eacute; n&atilde;o ter sido por racismo religioso, mas se enquadra.&nbsp;Caranguejo &eacute; uma composi&ccedil;&atilde;o de&nbsp;Alan Moraes, Durval Luz e Luciano Pinto, que trabalham h&aacute; muitos anos com a cantora.Certamente, por isso n&atilde;o se manifestam.&nbsp;

Respeito &eacute; algo t&atilde;o simples de se ter. Dizer que &eacute; uma bobagem soa de uma insensibilidade sem tamanho. Os famosos precisam tamb&eacute;m ser alcan&ccedil;ados pela for&ccedil;a dos regramentos legal. Aqui no Farol da Bahia temos o Podombl&eacute;, um podcast voltado &agrave; religi&atilde;o do Candombl&eacute;,&nbsp;apresentado por Adriano Azevedo, como um basti&atilde;o de resist&ecirc;ncia, que n&atilde;o se pode curvar &agrave;s agress&otilde;es, ainda que veladas, que est&aacute; crena sofre h&aacute; s&eacute;culos. Tenho dito.

Se voc&ecirc; ainda se fixa na imagem de um Jesus loiro e de olhos claros, com cabelo comprido, liso, que &eacute; a imagem mais comum retratada na iconografia religiosa. Esque&ccedil;a.&nbsp;O Jesus real, provavelmente, tinha uma apar&ecirc;ncia bem diferente do imagin&aacute;rio popular. o historiador Bohrer &eacute; categ&oacute;rico: &ldquo;Jesus era semita. Devia ter uma altura entre 1,60 e 1,65. Tinha a pele mais escura, o cabelo crespo e curto, olhos escuros, a barba espessa&rdquo;. &ldquo;Se fosse um judeu mais devoto, pode ser que tivesse deixado apenas os cabelos da t&ecirc;mpora crescer. Mas branco ele n&atilde;o era.&rdquo;.

Sempre houve um interesse, uma curiosidade muito grande quanto &agrave; figura hist&oacute;rica de Jesus. J&aacute; houve, inclusive, pesquisa feita que levantou ind&iacute;cios, at&eacute; utilizando o santo sud&aacute;rio. N&atilde;o &eacute; algo definitivo, mas se aproxima bem, referenciando o fen&oacute;tipo dos homens daquele per&iacute;odo, ano 1 da nossa era. Sabe-se hoje em dia que &nbsp;a expectativa de vida m&eacute;dia do galileu na &eacute;poca era de 35 anos, independentemente da crucifica&ccedil;&atilde;o. Eles n&atilde;o tinham acesso a carne e comiam muitos legumes, mas, sem conhecimento nutricional adequado, os legumes n&atilde;o nutriam tanto. Afirmam textos de pesquisas de diversos estudiosos, identificando, tamb&eacute;m, nos estudos arqueol&oacute;gico feitos com vest&iacute;gios de ossos da &eacute;poca, se descobriram car&ecirc;ncia de c&aacute;lcio e prote&iacute;na. Eram um povo mais simples, com pouca estrutura de sa&uacute;de f&iacute;sica.&nbsp;

Era um per&iacute;odo muito conturbado da Palestina em que Jesus viveu, como de certa forma acontece ainda hoje. As pesquisas que buscam conhecer o Jesus hist&oacute;rico, que se tornou pobre com os pobres e pregou uma mensagem de liberta&ccedil;&atilde;o, especialmente dirigida aos marginalizados, evidenciam um Jesus desafiador e diferente &agrave; ordem religiosa de ent&atilde;o. O que se evidencia, tamb&eacute;m, &eacute; um homem profundamente humano, que estava totalmente envolvido com os problemas reais do seu tempo, que contestou a casta sacerdotal judaica, que explorava a f&eacute; do povo, e desafiou as autoridades de Roma, anunciando um novo tempo de liberta&ccedil;&atilde;o para os exclu&iacute;dos e de salva&ccedil;&atilde;o para toda a humanidade. N&atilde;o discriminou, nem excluiu...agregou para si todos que se aproximavam, inclusive mulheres e os tidos como inimigos dos judeus, como foi o caso do Seu encontro com a mulher samaritana, em Jo&atilde;o, 4, haja vista que os judeus desprezavam os samaritanos, alegando que eles distorciam as Escrituras.

Assim, em sentido lato Jesus, sim, foi subversivo. Subverteu o institu&iacute;do, e se algu&eacute;m tem alguma d&uacute;vida, Ele vaticina, em Mateus, 5: &ldquo;Ouvistes que foi dito: Amar&aacute;s o teu pr&oacute;ximo e odiar&aacute;s o teu inimigo. Eu, por&eacute;m, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem.&rdquo;. Assim, n&atilde;o tem algo que n&atilde;o est&aacute; se encaixando na prega&ccedil;&atilde;o de alguns que se arvoram a dizer que O representam nestes tempos?

O fil&oacute;sofo Nietzsches esfor&ccedil;a em sua obra, de um modo geral, para denunciar estupidez, extremando-a ao modul&aacute;-la nos termos de seu perspectivismo como incapacidade de &ldquo;sair&rdquo; da perspectiva &uacute;nica. &Eacute; importante para a sociedade a luta contra a estupidez, porque o est&uacute;pido &eacute; constitutivamente destrutivo, afirmar&aacute; categ&oacute;rico. O fato &eacute; que n&oacute;s nos tornamos respons&aacute;veis a partir da evolu&ccedil;&atilde;o reflexiva do pensamento de lutarmos contra a estupidez, pr&oacute;pria e alheia. &Eacute; um equ&iacute;voco filos&oacute;fico pensar que a estupidez seja ant&ocirc;nimo de intelig&ecirc;ncia. Em verdades muitos fil&oacute;sofos defendem que existem dois tipos de estupidez: uma &eacute; honesta, admite que algo falta. A outra estupidez &eacute; inteligente &ndash; err&aacute;tica, pretensiosa, nascida da soberba de se ter uma monoideia. Foi assim, ao meu sentir, que o Beiramar Shopping, em Florian&oacute;polis (SC), provocou controv&eacute;rsia ao tomar uma decis&atilde;o em rela&ccedil;&atilde;o ao traje tradicional do Papai Noel na decora&ccedil;&atilde;o de Natal. O shopping optou por n&atilde;o permitir que o Papai Noel usasse seu habitual traje vermelho. Claro, que a decis&atilde;o gerou discuss&otilde;es na comunidade online, com muitas pessoas questionando a necessidade e a inadequa&ccedil;&atilde;o de politizar uma figura t&atilde;o central e alegre &agrave;s celebra&ccedil;&otilde;es natalinas como o Papai Noel. Talvez o objetivo tenha sido meramente de marketing, mas, honestamente, chega a ser bizarro, est&uacute;pido mesmo. Todavia, vamos l&aacute; n&atilde;o foi ideol&oacute;gico, mas j&aacute; no Balne&aacute;rio Cambori&uacute; (SC), uma est&aacute;tua gigante do Papai Noel situada na pra&ccedil;a Almirante Tamandar&eacute;, na Avenida Atl&acirc;ntica, vem chamando aten&ccedil;&atilde;o por um motivo igualmente estranho, o Papai Noel est&aacute; de verde e amarelo. Sem d&uacute;vida alguma, a motiva&ccedil;&atilde;o foi ideol&oacute;gica, haja vista que a cidade &eacute; administrada por Fabr&iacute;cio Oliveira do Partido Liberal (PL).

Diversos coment&aacute;rios surgiram em repres&aacute;lia a esta tentativa de modificar uma tradi&ccedil;&atilde;o que nada tem a ver com identidade partid&aacute;ria ou de espectro pol&iacute;tico. Um desses coment&aacute;rios perguntou, por exemplo infeliz, mas cab&iacute;vel ao contexto, que se o shopping pegasse fogo, os bombeiros n&atilde;o iriam poder entrar, j&aacute; que suas fardas s&atilde;o vermelhas? E o sangue humano como poder&aacute; ser tingido? Um outro coment&aacute;rio lembrou com propriedade que o &iacute;dolo americano dessas pessoas de extrema direita, Donald Trump, &eacute; do partido republicano, cuja cor &eacute; vermelha. 
Por que esse povo n&atilde;o vai trabalhar para o bem geral? Por que n&atilde;o compreende que o per&iacute;odo, a data &eacute; de confraternizar, n&atilde;o hostilizar, dividir mais ainda? Assim caminha a humanidade, fazendo as suas divis&otilde;es favorecendo egos e n&atilde;o o Bem.&nbsp;

José Medrado

Todos os textos de José Medrado

Religião e poder

Exclusão por todos os lados

Não entendo por quê?

Lamentável

Horror

Impunidade a crimes

Será que vai dar certo?

Não é possível

Jesus, o subversivo

Estupidez no Natal

Veja também

Vídeo: 'Vai nos ajudar mais lá do que aqui', diz Bolsonaro sobre estadia de Eduardo nos Estados Unidos

Vídeo: Após discurso sobre racismo, presidente da Conmebol diz que Libertadores sem brasileiros seria como 'Tarzan sem Chita'

Vídeo: Bolsonaro se emociona ao comentar licença de Eduardo e diz que Trump "continuará abraçando" seu filho

Mais Lidas

ACM Neto é visto ao lado de "Rei do Lixo" em cassino de luxo em Punta del Este, no Uruguai

“Alô Juca”, Marcelo Castro é condenado por 'Golpe do Pix'

CPI das Bets ouve novos depoimentos nesta semana

'Em relação às pessoas na BYD eles não falaram nada', diz Bruno Reis sobre notificação do MTE por trabalho análogo a escravidão no carnaval

Ex-marido de Preta Gil presta homenagem especial à cantora: 'Te amo'!