José Medrado

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A construção moral, dos seus valores, no indivíduo tem sido constantemente alvo de questionamentos, referentes às consequências de atos que trazem à tona diferentes pontos de vista sobre o que é moral ou imoral, sempre seguindo as variantes de comportamentos e conceitos que pessoas, famílias e, claro, por consequência, comunidades externas ao mundo individual. Estamos, então, vendo debates em cima de conceitos como se todos tivessem razão, uma espécie de só eu estou certo, ou o meu grupo, então, cale-se e aceite, pois somos maioria, pensam ou, de fato, são.  

Entre as contribuições filosóficas sobre tais questões de saber ou não saber o que seja moral, verdade..., podemos destacar as ideias de Immanuel Kant, criador da filosofia crítica. Ele pontuava que só na educação haveria um caminho para humanidade discernir o que fosse um mundo melhor e fazê-lo existir. Kant influenciou debates sobre atos serem morais ou não, e construiu através de seus livros a ideia da Universalização da Moral, onde coloca a contribuição, o resultado de fatores externos ao mundo pessoal,  para a tomada de decisões, baseando-se na importância analítica, racional, na caracterização de um ato como sendo moral ou imoral com base, repito, também no outro.

Nessas áreas podemos destacar trabalhos realizados por Lawrence Kohlberg, que ampliou os estudos sobre a moral e trouxe uma forma estruturalista e universalista, utilizando-se de estágios morais individuais, pessoais, do processo de cada um. Influenciado por obras de Piaget e seu estruturalismo, Kohlberg deu assim continuidade aos estudos divulgados pelo livro "O Juízo Moral".

Muitos estudos trouxeram a moral como algo que é imposto pelo mundo externo e posteriormente interiorizado pelo indivíduo, mas sempre no regramento autorizado pela lógica e sentido de vida. Piaget trouxe um estudo que levava um indivíduo à tendência de autonomia moral através de estágios de desenvolvimento que se predominava "atitudes dominantes". Daí temos, ainda que palidamente, uma visão do humano individual, do amigo, do familiar, do estranho. O desenvolvimento moral do ser humano se inicia nas relações que ele estabelece com seu meio, desde o momento em que nasce e vai crescendo em educação e civilidade. Essas relações devem ser sempre permeadas por valores, princípios e regras para o convívio coletivo, razão sempre maior da superação da barbárie social. Não somos ilhas isoladas, mas continentes-indivíduos que precisamos de limites de aceitação e respeito, do que vige para o bem comum.
 


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