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Precisam ser mais firmes

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Precisam ser mais firmes

Foto: gribouille334700 por Pixabay

Precisam ser mais firmes

Não faz nem um mês que o goleiro Jean, do São Paulo, é preso nos EUA após esposa denunciar agressão pela internet. Nesse domingo a atriz Glamour Garcia registra queixa por agressão e solicitou medida protetiva contra o ex-namorado, o produtor, Gustavo Dagnese, que nega as denúncias. Em suas redes sociais a atriz global relatou que foi agredida nesse sábado. Exibe vídeos nos quais aprece chorando e mostrando marcas pelo corpo. O pior da própria denúncia da atriz foi o comentário que fez: "Eu até agora não entendi porque eu apanhei...”. Como se houvesse qualquer tipo de justificativa para um homem agredir uma mulher.

A Organização Mundial da Saúde coloca o Brasil no 5º lugar dos países que matam mulheres no mundo no contexto doméstico e familiar. O que nos leva a questionar que mesmo com a Lei Maria da Penha em pleno vigor há 10 anos, esses homens ainda se sentem como que estimulados a perpetrar esses crimes. Talvez porque o próprio Estado está falhando em alguma atuação mais incisiva, pois o problema, ao meu ver, não tem sido encarado com determinação, pois muitas vezes quando esta mulher chega ao Poder Público, levando a questão da violência que sofre, é por revitimização, e muitas vezes até culpabilizada. É fácil perceber isto, basta ver os comentários de muitos “homens” quando os sites de notícias divulgam tais violências, em geral questionam: tem que ver o que ela vez...ou está buscando mídia, e por aí vai. Os números de violência contra as mulheres e mesmo de feminicídios no Brasil são alarmantes, considerando, inclusive que aí não vão todas as reais agressões, muitas ainda ficam, infelizmente, sem registros.

Na última semana de novembro passado, quando se encerrou o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, a ONU classificou a violência de gênero como uma “pandemia global”. Em uma carta aberta, o português secretário-geral da organização, Antonio Guterres, afirmou que somente quando as mulheres puderem viver livre de medo, da violência e da insegurança será possível afirmar que o mundo é um lugar “justo e igualitário”.

Os perfis desses homens que agridem mulheres são de pessoas que cresceram em ambientes onde a violência física e psíquica estava presente, vivenciando a falácia de que para ser respeitado e exaltado ele deve dominar os mais fracos, seja com agressão verbal ou agressão física. Os agressores normalmente guardam características semelhantes: uso de álcool, desemprego, autoestima baixa, experiência de maus-tratos, depressão, machismo e progressão de violência, ou seja, a violência não começa grande, ela vai se graduando, o que ainda muitas mulheres não se conscientizaram, infelizmente. Em verdade esses “homens” agridem por acharem que estão corrigindo ou ensinando a elas como devem se comportar perante eles e suas vontades. Os poderes públicos precisam, em alguma medida, serem mais firmes com estes agressores, criminosos.

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