Cacai e Luiza Bauer

Síndrome de Down e Doença de Alzheimer
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É fato que pessoas com Síndrome de Down possuem uma grande tendência a adquirirem mudanças cerebrais relacionados ao Alzheimer à partir dos 30 anos, o que pode levar à demência aos 50/60 anos de idade, sem contar que quase 100% destas pessoas com Down que venham a falecer têm as alterações cerebrais características da Doença de Alzheimer, isso ocorre porque existe uma proteína conhecida por amiloide que dá origem ao fragmento - proteína amiloide tóxica (que forma as placas senis no cérebro e que danifica provavelmente as células cerebrais e as conexões existentes entre elas), está relacionada ao cromossomo 21.

Desta forma, pessoas com Síndrome de Down que possuem uma cópia a mais no cromossomo 21 produzem 1.5 vezes mais proteína amiloide do que as outras pessoas e isto resulta na tendência para a formação em larga escala desta proteína. E é isso que decorre da aparição de alterações genéticas que venham causar alguns déficits feito o Alzheimer.

Perante isto e trazendo para a realidade da nossa família, nossos pais se mantém bem informados e preocupados com o futuro de Cacai referente a esta situação, ela tem 25 anos e já apresenta alguns indícios de perda de memória recente, tendo dificuldade para lembrar de coisas que disse a instantes atrás, além de esquecimentos como, ela mesmo ter guardado o seu celular e depois não lembrar onde o colocou achando até mesmo que alguém tenha pego, na maioria das vezes o meu irmão, então, é importante que sempre estejamos atentos e não sejamos leigos sobre o assunto, estar sempre pesquisando e se informando para que então, possamos ajudar Cacai a não correr nenhum risco maior. 

Diante dessa realidade e em busca de soluções, sejam tratamentos ou medicamentos, irei falar um pouco sobre a Memantina que é um dos vários fármacos que existem para o tratamento da Doença de Alzheimer, podendo aliviar em fases intermediárias ou mais avançadas, desta forma o uso da droga pode ajudar no aumento da função de memória ou retardo no déficit no qual pessoas com Síndrome de Down estão sujeitas. A Memantina foi descoberta por Pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Colorado e o professor, Costa, juntamente aos seus alunos estudaram alguns jovens com Down e utilizaram a droga em metade dos jovens e placebo com a outra metade. Já que, inicialmente, perceberam uma melhora na memória de alguns ratinhos com Síndrome de Down que foram sujeitos a experimentos, deduzindo que esta mesma melhora pudesse ocorrer em humanos.

O teste com humanos durou cerca de 16 semanas e mesmo que não tenha se percebido uma diferença muito relevante entre os dois grupos, os que tomaram Memantina e os que tomara placebo, os que tomaram a droga tiveram uma melhora significativa na memória, uma das pessoas inclusive teve sua capacidade na memória aumentada em dez vezes. O próximo passo importante será o uso do fármaco com jovens em idade escolar já que apresentam um desenvolvimento cerebral mais rápido. “Nosso estudo é um sinal de esperança de que certas drogas podem aumentar a capacidade intelectual das pessoas com síndrome de Down”, disse Costa. “Por mais de 30 anos, temos tentado, mas sido incapazes de melhorar a cognição na síndrome de Down. Agora, parece que podemos ser capazes disso”. Ou seja, antes o que era visto como algo inevitável sem que houvesse uma esperança de melhora, felizmente hoje em dia a realidade é outra graças a insistência e trabalho de cientistas. 

Esperamos que Cacai chegue à maturidade contando com esse suporte às suas dificuldades de memória, que podem se agravar e dificultar sua qualidade de vida caso ela não tenha acesso a tratamentos que compensem essas novas deficiências que surgem com a idade avançada. 


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