José Medrado

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Segundo Datafolha 67,5% das pessoas entrevistadas, em pesquisa, disseram que estão com medo de serem agredidas por motivações políticas. O medo do acirramento de claques em defesa de algum candidato presente nesta tal polarização que se estabeleceu no Brasil e está sendo motivo de ansiedade. A verdade, porém, é que a esta altura do jogo eleitoral, segundo ainda o mesmo Datafolha, 78% disseram que têm certeza de quem vai votar para presidente e não mudará o voto. Ora, se assim está, e nesses dias de violência que estamos testemunhando, não é prudente, infeliz e lamentavelmente, se noticiar o próprio voto. Guarda-se sério risco de sofrer violência. Talvez esteja no momento de seguir a orientação de nossos avós e pais que diziam “não conte a ninguém o que você vai fazer”, “guarde segredo do que está pensando em fazer”. É a sabedoria popular. Naturalmente, esses nossos falavam, alertavam quanto a essas reservas para que nada saísse errado, em razão, afirmavam, das energias negativas, de inveja, despeito das pessoas. Errados não estavam, em se tratando do campo das energias mentais, porém nesses dias é de boa prudência guardar esses conselhos, não por este motivo, mas por segurança pessoal. 
    Assim, e por isso, acredite que você não vai modificar intenção de voto de ninguém, nas majoritárias, e só irá se expor ao fanatismo de quem pensa diferente de você. Ainda bem que o voto é secreto, e longe está o tempo em que os tais votos de cabresto tinham como se provar em que candidato votou. Hoje, não. Alívio! Sabe aquele princípio entre ter razão e ter paz? É bom remédio escolher ter paz. Guardemos como segurança, inclusive porque somos pessoas comuns, que não arrastamos multidões ou inibiremos qualquer agressão por algum tipo de projeção que tenhamos. Claro que não. Somos pessoas comuns e como tais é que se algo nos acontecer vai ficar por isto mesmo. Não se trata de omissão, mas de preservação. A violência está crescendo e até o dia 02, ao que parece, vamos ver muitas notícias sobre a intolerância política. 
    Além do mais a essa altura, pelo que as pesquisas demonstram, pessoa alguma quer discutir para ouvir contrarrazões para mudança de voto, pelo contrário, as discussões sempre serão por prevalência do que pensam os fanatizados pela política. Isso é chamado de “backfire effect”, o fenômeno de se agarrar ainda mais a ideias quando há fatos contrários a ela. É algo tão sério que os cientistas o compararam com um ataque de urso. O cérebro se protege do contra-argumento como se ele fosse uma ameaça física e manda uma mensagem de perigo e defesa para o corpo, que se prepara institivamente para reagir...é o que tem ocorrido sob o beneplácito dos candidatos e dos Poderes Públicos que teriam que agir com mais segurança. Isso acontece porque nossas crenças políticas não são só ideias que temos baseadas em fatos, que podem mudar e ser atualizadas a qualquer momento. Essas crenças, com o tempo, se tornam quem somos. Uma ameaça a elas, são uma ameaça à nossa própria existência, internalizamos limitadamente. Outra assertiva que sempre ouvíamos: prudência e canja de galinha nunca fizeram mal a ninguém. 
 


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