José Medrado

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A mentira sempre esteve associada à política e logicamente a políticos. Quem nunca ouviu, em desmentido de uma notícia, é intriga da oposição? Era forma de desqualificar uma notícia e ou uma informação, sem maiores aprofundamento da questão levantada. O homem tem essencial habilidade de “ajeitar” aos seus interesses, ou para não se prejudicar, as suas histórias. Pessoa alguma dá a versão de algo que esteve envolvido para se prejudicar, por exemplo. Quem já viu alguém contando o fato para se autoincriminar? Ninguém. Todavia, estamos vendo que a tal ética parece algo em extinção. E nem falamos em dignidade...aí já seria muito pesado para alguns ou muitos. 

Mentir faz parte de um histórico processo de proteção do ego. Todos mentimos, portanto. Todavia, estamos vendo nesses dias as mentiras se agigantando como instrumento de desconstrução ou destruição da realidade, dos fatos, sem qualquer prurido de constrangimento. Não se mente com o objetivo de impressionar, de se exibir, não. Isso se tornou reflexo de ingênua fase. Hoje as fake news representam informações de várias vertentes que são apresentadas como reais, mas são claramente falsas, fabricadas, ou exageradas ao ponto em que não mais correspondem à realidade, sim com o objetivo real de enganar, confundir... As pessoas não se dão conta que a mentira aparelhada é reflexo de conteúdo de caráter de quem a cria, semeia, acolhe. Claro, sempre será conveniente aos interesses de quem a gera e dissemina. Não se fala mais da contumaz política comum, fala-se de emporcalhar reputação. E o pior: não se trata mais de um mexerico entre vizinhos, mas de um dolo, um ato deliberado de deturpar, falsear ou inventar uma “realidade” com o objetivo de atacar a moral de uma ou mais pessoas, e será de forma engajada em uma guerra de trincheiras e de vale tudo. Torna-se fogo cruzado com plateias e aplausos. 

Curiosa e desastradamente, a criação e disseminação das fake news não guarda em si apenas o desejo de negar o óbvio e ou a verdade, mas traz uma vontade de vencer a disputa em jogo, e seja qual for, a qualquer preço, mesmo que para isto desconfigure a verdade, ou a sepulte. E nesse particular até se coloca (o espalhador das mentiras) como testemunha in loco, garante o que diz porque viu, ou ainda vem as mirabolantes...tenho um amigo, que é irmão de um sujeito que viu, passou...aí fala a mentira. Busca concretizar a mentira em uma realidade (mesmo mentirosa) própria, como esteio para dar ares de realidade ao enganoso.

Honestamente? Não sei aonde isso vai parar, mesmo passadas as eleições, porque até os políticos que tinham certos pruridos em dosar as suas mentiras, descararam completamente. Vejo religiosos da mesma maneira, inclusive da minha religião, inventando “verdades” com objetivo de enganar, manipular. Triste sociedade para os nossos filhos e netos.


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