José Medrado

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É sem sombras de dúvidas chover no molhado, no alagado mesmo afirmar que no nosso processo político, e a cada dia mais, vem se estabelecendo  grupos que se organizam de forma própria, em defesa dos seus interesses específicos. É o jogo democrático, verdade. Todavia, vemos que em nome desses interesses verdadeiras bizarrices são patrocinadas, em tentativa de eleger marionetes a serviço de mentes astutas e cheias de estratégias para elas mesmas. Já vimos artistas aos montes serem eleitos, por força de sua popularidade que apenas eram figurantes nos seus cargos representativos. Esses estão aí em todas as legislaturas. Lamentável, no entanto, é que nós fugimos das concepções coletivas e sempre caímos na vala do convencimento rasteiro, muitas vezes por ideologias limitadoras de programas que deveriam ser coletivos, mas que guardam, repito, apenas interesses contextualizados, de feudos, de nichos. 

Por outro lado, vemos muito pouco mesmo que no Brasil, de forma geral, alinhamentos a interesses populares, em defesa de causas comuns ao povo, só são engendradas em plataformas de discursos, mas não se concretizam, infelizmente. Geram-se atrasos de toda natureza: educação de má qualidade, mais da metade das casas brasileiras não têm saneamento básico, assustador déficit de creches...mas quem não é atingido por estas faltas dão com os ombros, esquecendo-se que a vida em sociedade dispara uma cadeia de ações e reações que vai varrendo todo o espectro da vida coletivamente. E o povo continua esquecendo em quem votou, e o que o candidato prometia. Cansativo, não, esses levantamentos reflexivos? Haja vista que todo ano de eleição os consideramos.  

As bancadas temáticas vão assim costurando de eleição em eleição o seu protagonismo, seja na Câmara dos vereadores, seja no Congresso Nacional, fazendo, em linhas gerais, àqueles esquecidos da periferia, que não guardam interesse específico algum, salvo uma melhor condição para a sua vida já tão penosa, dura, aspirarem apenas a uma vida com mais dignidade para eles e suas famílias. 

O fortalecimento dessas bancadas temáticas nas mais variadas esferas do Poder Legislativo têm ganhado corpo, organização e relevância no sistema político brasileiro, desde a restituição democrática. São bancadas que se tornam mais fortes, ganhando protagonismo e direcionando as suas realizações, repito, a grupos que com visão cuneiforme vão apenas legislando em benefícios deles e dos seus. Isso não mudará, penso que só aumentará, cabendo, então, a cada um fazer o exercício do interesse de que uma vida cidadã alcança, sim, as necessidades pessoais, em suas buscas, mas,  sem, deixar de transcender  para o coletivo. 


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