50% das mulheres brasileiras descobrem lesões pré-câncer no útero em fase avançada, diz estudo
Na região Norte, foram diagnosticados 76 novos casos a cada 100 mil mulheres

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De acordo com uma pesquisa realizada pela Fundação do Câncer, 50% dos casos de neoplasia do colo do útero — lesões pré-câncer causadas pelo HPV — são diagnosticados em fase avançada no Brasil. O documento aponta que esse dado sugere falhas no diagnóstico precoce desse tipo de tumor, o que implica diretamente na maior mortalidade e na menor sobrevida de mulheres que apresentam essa doença.
O levantamento analisou 174.952 mulheres, sendo 112.823 com câncer de colo de útero, e 62.129 mulheres com HPV e foram consideradas as bases de dados enviadas por mais de 300 hospitais para o Integrador de Registros Hospitalares de Câncer (iRHC), de 2005 até 2019.
A mortalidade anual por câncer no colo do útero no Brasil é de aproximadamente 4,6 mulheres a cada 100.000. Em alguns países desenvolvidos, como Austrália e Nova Zelândia, não há registros de morte de mulheres por câncer de colo do útero. Em outros os números são bem menores, como nos Estados Unidos, em que o índice é 2,2 por 100.000.
O número alto de óbitos, mesmo em se tratando de um câncer com alta taxa de cura, se deve também à demora no tratamento. A pesquisa da Fundação Câncer revela que 65,8% das mulheres no Brasil demoram mais de 60 dias para começar o tratamento.
Os dados são ainda mais alarmantes no Norte do país. A região apresenta a maior taxa de incidência desse tipo de tumor do Brasil: foram diagnosticados 76 novos casos a cada 100 mil mulheres.
Consequentemente, é também a maior taxa de mortalidade, sendo que o risco de morte é três vezes maior na região Norte, se comparada à região Sudeste, que apresenta o menor índice do país.