• Home/
  • Notícias/
  • Salvador/
  • "A grande mensagem que quero deixar é de que nós não somos predestinados a dar errado, a ser violentos ou marginais", afirma Gilson Rodrigues sobre 'O Filho da Mudança'

"A grande mensagem que quero deixar é de que nós não somos predestinados a dar errado, a ser violentos ou marginais", afirma Gilson Rodrigues sobre 'O Filho da Mudança'

Livro será lançado nesta quinta-feira (20), no Palacete Tirachapéu, em Salvador

Por Deivide Sena
Às

"A grande mensagem que quero deixar é de que nós não somos predestinados a dar errado, a ser violentos ou marginais", afirma Gilson Rodrigues sobre 'O Filho da Mudança'

Foto: Divulgação

O empreendedor social e fundador do G10 Favelas, Gilson Rodrigues, realizará, nesta quinta-feira (20), no Dia da Consciência Negra, o lançamento do livro "O Filho da Mudança – O improvável que se tornou inevitável", em Salvador.  O evento será realizado no Palacete Tirachapéu, às 19h.

No livro, Gilson compartilha uma trajetória de fé, resistência e transformação. O empreendedor, que nasceu no sertão baiano e cresceu em Paraisópolis, bairro favelizado localizado na Zona Sul de São Paulo, compartilha como descobriu seu propósito e pertencimento.

Ao Farol da Bahia, Gilson contou que a inspiração para o desenvolvimento do livro foi a vontade de "contar uma história de mudança, trazendo um exemplo com experiências reais de alguém que, aos olhos da sociedade, estivesse predestinado a dar errado, ao fracasso, a viver um futuro de violência".

"Quando eu trago ‘o filho da mudança’ e conto a minha história e algumas realizações, eu trago também os vieses preconceituosos que são colocados em cima de pessoas que vêm de lugares de onde eu venho. E que, na verdade, a grande mensagem que quero deixar é de que nós não somos predestinados a dar errado, a ser violentos ou marginais, mas que podemos decidir aonde nós queremos chegar", revelou.

Um dos pontos importantes da obra é a relação de Gilson com sua mãe, Maria Lúcia, que é surda. Segundo o escritor, mesmo com as limitações, sua relação com ela sempre foi normal.

"Apesar dos desafios da fala, nós crescemos acostumados com uma linguagem oficial. Eu brinco que nós éramos bilíngues, falávamos português e ‘mudês’, mas não era a língua oficial de sinais. Nós, com o tempo, fomos desenvolvendo e entendendo os nossos próprios sinais. E a nossa comunicação era uma comunicação boa, relação afetiva ótima. Ela buscava cuidar, nunca abandonou os seus filhos, mas sofreu a violência de ter seus filhos tirados", relatou.

Desenvolvimento do G10

Gilson Rodrigues é fundador do G10 Favelas, movimento que une as maiores comunidades do Brasil e busca transformá-las em polos de desenvolvimento econômico e social. Ao Farol da Bahia, o empreendedor contou que a ideia da criação da organização surgiu a partir da perspectiva de um resultado de sucesso de Paraisópolis.

"Paraisópolis se tornou o retrato de um Brasil que cresce, que se desenvolve, que quer prosperar e que conseguiu atrair um conjunto grande de empresas e programas de empreendedorismo que ajudaram a desenvolver o comércio. Paralelamente a isso, houve o programa de urbanização e a criação de diversos projetos, como orquestra, balé, projetos esportivos, entre outros", afirmou.

"A ideia do G10 é reproduzir um pouco das experiências de Paraisópolis, respeitando as experiências locais, mas dando oportunidade para que essa liderança possa se desenvolver e ter um modelo que pudesse se inspirar, passando para o movimento econômico, porque nós acreditamos que desenvolver a economia da favela é a melhor forma de acabar com a fome, com a pobreza e com a violência contra a mulher. Isso tudo que pode combater todas essas violências significa dinheiro no bolso", complementou.

Com o livro, Gilson espera que a sociedade, em especial as favelas, que sofrem com os estigmas de violência, sejam impactadas positivamente através de histórias de sucesso.

"Nossas histórias de sucesso não têm sido contadas ao longo dos anos e as notícias que sabemos sobre a favela estão principalmente voltadas ao noticiário policial. Contrapor a tudo isso é a nossa missão, e basicamente despertar no morador da favela de que nós podemos construir um novo futuro e que, na verdade, nós não somos marginais nem violentos, mas somos marginalizados, violentados por aqueles que não chegam. A medida que as oportunidades chegam, elas podem nos desenvolver, fazer com que a gente possa crescer e realizar nossos sonhos", declarou.

Lançamento no Dia da Consciência Negra

Gilson afirmou que escolheu o Dia da Consciência Negra para lançar o livro em Salvador por acreditar na luta da população negra. "Salvador tem sido um grande reduto de lideranças e, historicamente, é um lugar de muita resistência de luta, da qual eu me identifico, e poder estar aqui no Dia da Consciência Negra é também honrar todos aqueles que lutam e lutaram para que a gente possa ter um Brasil mais humano, igualitário, decente e economicamente ativo também para a população preta do Brasil", revelou.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:redacao@fbcomunicacao.com.br
*Os comentários podem levar até 1 minutos para serem exibidos

Faça seu comentário

Nome é obrigatório
E-mail é obrigatório
E-mail inválido
Comentário é obrigatório
É necessário confirmar que leu e aceita os nossos Termos de Política e Privacidade para continuar.
Comentário enviado com sucesso!
Erro ao enviar comentário. Tente novamente mais tarde.