Acusado de "comportamento ambíguo", arcebispo de Paris renuncia ao cargo
Caso aconteceu em 2012; Papa deve decidir se aceita ou não o pedido de renúncia

Foto: Chesnot/Getty Images
O arcebispo de Paris, Michel Aupetit, apresentou sua renúncia ao Papa Francisco nesta sexta-feira (26), segundo informações da diocese da capital francesa.
A diocese admitiu, em comunicado, que o arcebispo de comportou "ambiguamente" com uma mulher em 2012. Somente o Papa poderá decidir se o pedido será aceito ou rejeitado.
O caso se dá em um momento delicado entre os católicos franceses, visto que uma comissão independente da Igreja divulgou um relatório, em outubro, estimando que padres e religiosos abusaram de cerca de 216 mil menores na França entre 1950 e 2020. O Pontífice, na época, afirmou estar envergonhado com os escândalos.
Na quarta-feira (24), o semanário Le Point afirmou em publicação que o arcebispo teria tido uma relação íntima e consensual com uma mulher em 2012, referindo-se a um e-mail que havia enviado por engano e que não deixava margem para dúvidas.
Aupetit é arcebispo da capital francesa desde 2017 e "propôs ao papa apresentar sua renúncia" por meio de "uma carta enviada esta semana", informou a diocese de Paris à AFP, confirmando informações do jornal Le Figaro. A diocese informou ainda que o “comportamento ambíguo” não foi "nem um caso de amor" nem uma "relação sexual".
“Reconheço que meu comportamento com ela pode ser ambíguo, implicando assim a existência de um relacionamento íntimo e relações sexuais entre nós, o que eu nego veementemente” disse Aupetit ao Le Point.
O pedido de demissão "não é uma confissão de culpa, mas um gesto de humildade", explicou a diocese, elaborando que o gesto de Aupetit hoje pode ser devido ao fato de que ele entende que, assim, evita perturbar os católicos de sua diocese.