'Não vemos a história', diz CEO do Grammy ao justificar indicação de artista acusado de assédio sexual
Marilyn Manson foi indicado a Álbum do Ano

Foto: Getty Images
O CEO do Grammy, Harvey Mason Jr., defendeu a indicação do cantor Marilyn Manson, acusado de assédio sexual e investigado pela polícia em quatro casos diferentes. Indicado à edição 2022 da premiação, o artista faz parte de um projeto do cantor Kanye West. Sobre as críticas, Mason Jr. disse ao site ‘The Wrap’ que a história pessoal e criminal não será levada em consideração para a elegibilidade de seus prêmios.
"Não vamos olhar para a história das pessoas, não vamos olhar para seus antecedentes criminais, não vamos olhar para nada além da legalidade dentro de nossas regras de 'esta gravação para este trabalho é elegível com base na data e outros critérios'. Se for, eles podem submeter à consideração,” afirmou.
Segundo ele, o Grammy não poderia exercer uma discriminação sobre quem participa dos seus eventos. “Iremos controlar os nossos palcos, nossos shows, nossos eventos e nossos tapetes vermelhos. Vamos olhar quem está pedindo para fazer parte disso e vamos tomar decisões neste ponto. Mas não impediremos que as pessoas enviem seus trabalhos para que os eleitores decidam”, completou. A cerimônia de entrega dos prêmios será realizada em 31 de janeiro de 2022.
A indicação de Manson, que contesta as acusações de abuso, ocorreu por causa de uma mudança de regra. Ele foi indicado ao álbum do ano por sua contribuição no álbum Donda de Kanye West. Louis CK foi indicado na categoria de melhor álbum de comédia, por Sincerely Louis CK, de 2020, em que ele fazia piada de sua má conduta sexual (vale lembrar que, após ser denunciado, ele assumiu que as alegações eram verdadeiras e se desculpou).
Além dos dois, outros candidatos polêmicos são Dave Chappelle, indicado na categoria de melhor gravação de álbum falado, por 8:46. O comediante fez comentários considerados transfóbicos em seu especial de stand-up, ‘Closer’. Há ainda o rapper Da Baby, também indicado por sua participação no álbum Donda, que fez um discurso homofóbico e misógino durante um show, no final de julho.