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Agosto Branco: tabagismo e exposição passiva ao tabaco aumentam risco de câncer de pulmão

Especialista destaca a importância da prevenção em entrevista

Por Ane Catarine Lima
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Agosto Branco: tabagismo e exposição passiva ao tabaco aumentam risco de câncer de pulmão

Foto: Reprodução/Pixabay

A campanha nacional Agosto Branco tem como objetivo principal conscientizar a população sobre a importância da prevenção do câncer de pulmão. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) revelam que esse tipo de câncer é a terceira neoplasia mais comum em homens, com 18.020 novos casos registrados neste ano, e a quarta mais comum em mulheres no Brasil, com cerca de 14.540 novos casos, sem contar o câncer de pele não melanoma. 

Além disso, o câncer de pulmão lidera as estatísticas globais de incidência entre os homens e ocupa a terceira posição entre as mulheres. Em relação à mortalidade, ele está no topo da lista para os homens e é o segundo mais letal entre as mulheres, de acordo com as estimativas mundiais de 2020, que indicaram uma incidência de 2,2 milhões de casos novos, sendo 1,4 milhão em homens e 770 mil em mulheres.

Diante dessa realidade, a pneumologista da AMO, Juliane Penalva, afirma que o tabagismo  e a exposição passiva ao tabaco são fatores de risco para o desenvolvimento da doença. Segundo ela, o cigarro é responsável por aproximadamente 90% dos casos de câncer de pulmão.

"Em nosso organismo, ocorre uma constante multiplicação de células. Em alguns pacientes, podem ocorrer mutações ou alterações genéticas nessas células, resultando em uma proliferação descontrolada, agressiva e acelerada que culmina na formação de tumores. Quando acomete células específicas do pulmão, surge o câncer nesse órgão. Trata-se de uma doença maligna que requer um diagnóstico e tratamento precoces", esclarece a especialista durante entrevista ao Farol da Bahia.

“O cigarro, com suas milhares de substâncias cancerígenas, é um fator ambiental que, quando interage com as células do organismo, desencadeia mutações, como mencionei anteriormente, contribuindo para o desenvolvimento da neoplasia. Tabagistas têm mais de 20 vezes chance de desenvolver câncer de pulmão quando comparado com pacientes não tabagistas", acrescenta.

A pneumologista também ressalta que o tabagismo eleva o risco de outras formas de neoplasias, incluindo as relacionadas à cabeça e pescoço, esôfago, bexiga e mama. Além disso, fumantes enfrentam um maior risco de desenvolver outras doenças, como infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC), asma e enfisema.

"E essa realidade não se aplica apenas aos fumantes ativos, mas também aos tabagistas passivos, ou seja, aquelas pessoas que não fumam, mas que inalam a fumaça por conviverem com fumantes", alerta Penalva.

A especialista também destaca outros fatores de risco, como a exposição à poluição do ar, o contato com substâncias químicas como o asbesto, histórico familiar de câncer e o uso de cigarros eletrônicos.

Sintomas

Dentre os principais sintomas do câncer de pulmão, destacam-se a presença de tosse por mais de um mês, muitas vezes acompanhada por sangue ou com piora progressiva, dor torácica persistente não relacionada a traumas, falta de ar e perda de peso involuntária. A pneumologista Juliane Penalva ressalta que os sintomas desse tipo de câncer geralmente são inespecíficos e podem ser confundidos com os de outras doenças pulmonares.

"Os sintomas do câncer de pulmão são bastante inespecíficos. O paciente pode apresentar uma tosse crônica que persiste por mais de três semanas, além de perda de peso não intencional. É possível ainda que haja falta de ar, fadiga, cansaço, presença de sangue no escarro ou dor torácica. Esses sintomas são bem inespecíficos e podem ser semelhantes aos de outras condições pulmonares", explica a especialista.

"E é importante manter uma suspeição clínica, especialmente em pacientes com fatores de risco significativos. Se o paciente é idoso ou possui um histórico relevante de tabagismo e se apresenta com uma tosse crônica persistente, é fundamental realizar uma avaliação mais aprofundada. Na maioria das vezes, quando os sintomas se manifestam, o câncer já se encontra em estágio mais avançado", acrescenta.

Tratamento

Com os avanços da medicina, Juliane Penalva afirma que hoje em dia existem diversas formas de tratamento disponíveis para pacientes com câncer de pulmão. “Como opção terapêutica, temos o tratamento cirúrgico, que atualmente tem intuito curativo. Nesse caso, o paciente passa por uma avaliação e, em seguida, é submetido a uma cirurgia de ressecção da lesão tumoral. Outras possibilidades de tratamento incluem a radioterapia, quimioterapia e, nos dias de hoje, também dispomos da imunoterapia para pacientes com câncer que se encontra além do pulmão. A imunoterapia é uma terapia inovadora com efeitos colaterais geralmente tranquilos”, explica. 

“Temos diversas formas de terapia disponíveis, mesmo para casos mais avançados, que proporcionam um significativo aumento na sobrevida e qualidade de vida desses pacientes. Além disso, é importante que o paciente siga uma dieta adequada para minimizar os efeitos colaterais da medicação e busque acompanhamento com um psicólogo, pois o cuidado com a saúde mental desempenha um papel extremamente importante”, conclui.


 

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