Alta consecutiva no setor de serviços pode impedir queda significativa da taxa básica de juros
Resultados são vistos como preocupação pelo Banco Central

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
O setor de serviços brasileiro registrou alta de 0,6% no segundo trimestre e engatou o 12º dado positivo seguido. A última queda foi apurada entre abril e junho de 2020, no auge da pandemia, mas agora a expansão significativa aponta um aumento de preços do ramo responsável por 70% do Produto Interno Bruto (PIB). O resultado pode impedir cortes mais efetivos da taxa básica de juros nos próximos meses.
Depois de um ano no maior patamar desde 2017, a taxa Selic caiu 0,5% ponto percentual, para 13,25% ao ano, na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada no início de agosto. O mercado prevê novas quedas dos juros, mas o Banco Central diz estar atento à trajetória dos preços.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA [Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo] acumulava 3,16% no 12 meses finalizados em junho. O valor é correspondente a quase metade da variação apurada somente para o setor de serviços (6,21%) no mesmo período.
De acordo com o estrategista chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz, em entrevista ao R7, a sequência positiva do setor de serviços no Brasil reflete a demanda reprimida durante a pandemia do coronavírus.
Para o mercado financeiro, a taxa básica de juros ainda deve cair mais 1,5 ponto percentual nas reuniões do Copom marcadas para setembro, novembro e dezembro, com baixas de 0,5 ponto em cada um dos encontros. Caso se confirme, a taxa pode chegar a 11,75% ao ano no fim de 2023.