Alta da taxa básica de juros deve impactar crédito e prestações, aponta Anefac
Juro médio para as pessoas físicas passará de 117,23% para 118,21% ao ano
A Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) apontou que a elevação da taxa Selic (juros básicos da economia), anunciada nesta quarta-feira (15) pelo Banco Central, continuará a encarecer o crédito e as prestações.
Mesmo que o impacto na ponta final seja diluído, o efeito poderá ser sentido pelo tomador de novos empréstimos por razão da diferença grande entre a taxa básica e os juros efetivos de prazo mais longo.
Segundo a Anefac, o juro médio para as pessoas físicas passará de 117,23% para 118,21% ao ano. Para as pessoas jurídicas, a taxa média sairá de 56,57% para 57,29% ao ano.
O Comitê de Política Monetária (Copom), do BC, anunciou o aumento da taxa Selic de 12,75% para 13,25% ao ano no início da noite desta quarta-feira (15).
De forma prática, no financiamento de uma geladeira de R$ 1,5 mil em 12 prestações, o comprador desembolsará R$ 0,38 a mais por prestação e R$ 4,62 a mais no valor final com a nova taxa Selic. O cliente que entra no cheque especial em R$ 1 mil por 20 dias pagará R$ 0,27 a mais.
Na utilização de R$ 3 mil do rotativo do cartão de crédito por 30 dias, o cliente gastará R$ 1,20 a mais. Um empréstimo pessoal de R$ 5 mil por 12 meses cobrará R$ 1,24 a mais por prestação e R$ 14,82 a mais após o pagamento da última parcela.
Poupança
A Anefac realizou ainda uma simulação sobre o impacto da nova taxa Selic sobre os rendimentos da poupança. Com a taxa de 13,25% ao ano, a caderneta só rende mais que os fundos de investimento quando o prazo da aplicação é curto e a taxa de administração cobrada pelos fundos é alta.
A poupança rende mais que os fundos em dois cenários: O primeiro é para aplicações de até seis meses em relação a fundos com taxa de 2,5% ao ano, já o segundo é para aplicações de até dois anos em relação a fundos com taxa de administração de 3% ao ano.
A vantagem dos fundos se mantém mesmo com a cobrança de Imposto de Renda e de taxa de administração. A causa disso é porque a poupança, apesar de ser isenta de tributos, rende apenas 6,17% ao ano (0,5% ao mês) mais a Taxa Referencial (TR), que aumenta quando a Selic sobe. Esse rendimento da poupança é aplicado quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, o que ocorre desde dezembro de 2021.