Alta de exportações na América Latina e Caribe atingiu 20% em 2022
No entanto, foi menor que no ano anterior, aponta relatório da Cepal

Foto: FAO / Giuseppe Bizzarri
De acordo com um relatório divulgado pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, Cepal, nesta terça-feira (10), o valor das exportações regionais de bens cresceu 20% em 2022.
O desempenho foi impulsionado pela alta de 14% dos preços e uma expansão de 6% do volume exportado. O relatório divulgado indica que o valor das importações regionais de bens aumentou 24%, também estimulado pelos preços em alta.
Crescimento impulsionado pela alta dos preços
Segundo o relatório, em 2022 as exportações regionais de bens tiveram seu segundo ano de crescimento com taxas de dois dígitos, após crescer 27% no ano anterior.
No entanto, da mesma forma que em 2021, a expansão das exportações foi impulsionada principalmente por fatores como a alta dos preços das matérias-primas, particularmente os combustíveis, e não pela capacidade de aumentar o volume exportado nem de diversificar a oferta exportadora regional para novos setores.
Em contraste com a desaceleração do comércio de bens, o comércio de serviços da região mostra uma importante recuperação, crescendo 45% no primeiro semestre de 2022 em relação ao mesmo período de 2021, principalmente devido à reativação do turismo, seguido por outros serviços, que incluem os chamados serviços modernos.
Tensões geopolíticas
O relatório aponta que num contexto marcado pelo conflito na Ucrânia, alta inflação, menor crescimento, tensões geopolíticas e persistência da pandemia, o comércio mundial sofreu uma forte desaceleração em 2022, que se agravará em 2023.
Depois de se expandir 9,8% em 2021, a projeção é que o volume do comércio mundial de bens, que cresceu 3,5% em 2022, cresça apenas 1% em 2023.
Entre os principais parceiros comerciais da região, estima-se que as exportações para a União Europeia foram as mais dinâmicas em 2022, com um crescimento de 26% em termos de valor.
Pela primeira vez desde 2015, as exportações para a China foram as menos dinâmicas, crescendo apenas 8%. Entretanto, as trocas intrarregionais cresceram 22%, uma boa notícia para as exportações manufatureiras da região.
Combustíveis e fertilizantes
De acordo com o relatório, as maiores altas estimadas das exportações foram registradas em países exportadores de hidrocarbonetos: Trinidad e Tobago, Venezuela, Colômbia e Guiana.
Por outro lado, 25 dos 33 países da região sofreram em 2022 um choque negativo nos termos de troca: o preço dos produtos que importam aumentou mais que o dos produtos exportados.
Esta situação reflete a alta dos custos dos alimentos, combustíveis e fertilizantes desde 2021, que se agravou em 2022 como resultado do conflito na Ucrânia. Os únicos países que tiveram um impacto positivo nos termos de troca são os exportadores líquidos de combustíveis.


