Alta dos juros não prejudica a atividade econômica, diz BC

Copom elevou a Selic de 2% para 2,75% ao ano

Por Da Redação, Agências
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 Alta dos juros não prejudica a atividade econômica, diz BC

Foto: Agência Brasil

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira (25), que o órgão está trabalhando com um cenário de "normalização parcial" da política monetária, com o aumento dos juros básicos da economia, a Selic. Segundo ele, o BC considera que o recente aumento dos juros “não prejudica o crescimento em 2022, que está de acordo com o nosso cenário básico". “Temos descrito como ajuste parcial e temos dito que o ajuste mais célere nos faz crer que na verdade fazer mais, e fazer mais rápido, faz com que a intensidade total [de elevação] deva ser menor”, disse.

Na semana passada, em meio ao aumento da inflação pressionada pelo dólar e pela alta nos preços de alimentos e de combustíveis, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou a Selic de 2% para 2,75% ao ano, primeira alta desde julho de 2015. Os analistas financeiros esperavam uma elevação para 2,5% ao ano. "A normalização está relacionada à taxa neutra [quando não há estímulo nem desestímulo da atividade econômica]. Se a normalização é parcial, não entendemos que esse movimento [de taxa neutra] deva acontecer agora”, disse Campos Neto.

A elevação da Selic, que serve de referência para as demais taxas de juros no país, ajuda a controlar a inflação, porque causa reflexos nos preços, já que juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança, contendo a demanda aquecida. Por outro lado, taxas mais altas dificultam a recuperação da economia. 

Diante da perspectiva de boa recuperação econômica no segundo semestre, os membros do Copom consideram que o cenário atual já não prescreve um grau de estímulo extraordinário nos juros e deve manter a trajetória de elevação, de 0,75 ponto percentual, na próxima reunião do Copom, em 4 e 5 de maio. 

Desde agosto de 2020, a Selic se manteve em 2% ao ano, influenciada pela contração econômica gerada pela pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. O PIB encerrou 2020 com queda de 4,1%, e a inflação segue pressionada pela depreciação do real e pela alta de preço das commodities.  De acordo com o Relatório de Inflação, publicado hoje (25), o BC reduziu a projeção para o crescimento da economia este ano. A estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país) passou de 3,8% para 3,6%.

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