Anestesista desligou alarme que monitorava grávida durante estupro gravado
O julgamento começa na próxima segunda-feira (12)

Foto: Reprodução/ TV Globo
O anestesista Giovanni Quintella Bezerra foi flagrado por uma câmera de celular desligando aparelhos de monitoramento da paciente — o que poderia indicar obstrução das vias aéreas. O médico foi preso em flagrante em 10 de julho denunciado por estuprar uma mulher durante o parto em São João de Meriti (RJ). O julgamento começa na próxima segunda-feira (12).
Segundo um relatório da perícia, divulgado no domingo (4), no "Fantástico", da TV Globo, a suspeita é a de que o monitor avisava a queda de saturação de oxigênio da paciente e teria sido desligado para que não fosse detectada a obstrução das vias aéreas da paciente pelo pênis do anestesista.
O documento indica ainda que enquanto a paciente era submetida a uma laqueadura, previamente combinada antes do parto, um alarme sonoro dispara. No momento, ela está sedada após sete aplicações de cetamina e propofol, substâncias que não são indicadas para cesarianas.
Segundo a perícia, os sons podem "corresponder à queda da saturação de oxigênio da paciente, pois além de sedá-la e não ofertar (...) máscara de oxigênio (...) ele ainda introduz o pênis, obstruindo total ou parcialmente sua via aérea". Na sequência, o alarme foi desligado.
O texto aponta também que os sedativos utilizados pelo anestesista, além de não serem indicados para a cirurgia, também foram utilizados de forma excessiva. "A quantidade de sedativos utilizados extrapolou o que é habitualmente utilizado em uma cesária", diz o texto.
Nas imagens, o anestesiologista aparece testando o reflexo ciliar da paciente, colocando as mãos sobre os olhos. Esse procedimento é utilizado durante anestesias gerais, servindo como parâmetro para que o médico se certifique de que o paciente está realmente inconsciente.
A prisão do médico foi convertida em preventiva após audiência de custódia.