Antes de declaração ofensiva contra negros, vereador ironizou colega por origem japonesa
Camilo Cristófaro também é alvo, desde 2017, de 10 representações na Corregedoria

Foto: Reprodução/Agência Brasil
O vereador Camilo Cristófaro (PSB), autor da declaração racista que vazou durante transmissão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Aplicativos na Câmara Municipal na última terça-feira (3), contém discussões com outros parlamentares, sendo acusado de xingar uma vereadora e de ter cometido racismo outras duas vezes.
Na caso do vereador George Hato (MDB), em 2018, Cristófaro foi acusado injúria racial, porque, em um vídeo, quando falou de Hato, fez um gesto de puxar os olhos com as mãos. Hato tem origem japonesa. “É um cara que faz assim, ó”, diz Camilo na gravação, ao realizar o gesto.
Em 2017, a então vereadora Isa Penna, na época no PSol, disse que ele a chamou de “vagabunda” e “terrorista” durante discussão em elevador privado da Câmara Municipal. Ela registrou um boletim de ocorrência contra Cristófaro, e ele negou as agressões.
Além disso, o vereador foi alvo de 10 representações na Corregedoria desde 2017. Ele ainda chegou a ser cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). No entanto, a decisão acabou sendo revertida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O presidente da Casa, o vereador Milton Leite (União), disse que lamenta o episódio mais recente com “indignação imensa”. “Como negro e presidente da Câmara, tenho lutado com todas as forças contra o racismo, crime que insiste em ser cometido dentro de uma Casa de Leis e fora dela também. O caso será apurado pela Corregedoria”, completou.
Na última quarta-feira (4), o PSB declarou a desfiliação do vereador após a exposição da fala racista. Até o momento, não há informações para qual partido ele migrará.