Dados de uma pesquisa realizada pela Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, mostram que os anticorpos produzidos por uma infecção por Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, duram pelo menos sete meses, o que sugere que a proteção contra a doença pode ser mais longa do que se imaginou após casos de reinfecção detectados na Europa e em Hong Kong. O estudo foi divulgado nesta sexta-feira (23), pelo jornal espanhol “El País”.

“Nosso estudo demonstra que é possível gerar imunidade duradoura contra esse vírus”, afirmou Bhattacharya ao “El País”, explicando que as reinfecções são casos “excepcionais”.

Para realizar a pesquisa, os cientistas se concentraram nos dados de quase 6 mil participantes, analisando a produção de anticorpos neutralizantes em 1 mil delas. Além disso, os cientistas estudaram um outro tipo de célula mais longeva, que são produzidas algum tempo depois do contágio, e recebem os antígenos do vírus ao passarem por centros germinativos nos gânglios e no baço.

O vírus chegou mais tarde ao Estado do que em outras regiões dos EUA. Desta forma, a equipe de pesquisadores conseguiu encontrar pessoas que tinham sido infectadas no máximo há sete meses. Mas talvez a imunidade possa ser mais duradoura.

“Não temos uma bola de cristal para saber quanto duram os anticorpos, mas, com base no que sabemos de outros coronavírus, esperamos que a reação imunológica se mantenha durante pelo menos um ano, e provavelmente muito mais”, acrescentou o pesquisador.

As novas descobertas também contradizem outros estudos preliminares, que indicavam uma rápida redução no número de anticorpos neutralizantes produzidos após uma infecção por covid-19. De acordo com o levantamento, isso se deve ao fato de que as pesquisas anteriores analisaram um tipo de célula diferente do plasma sanguíneo, tradicionalmente a primeira a surgir quando ocorre uma infecção, de vida mais curta.