Anvisa aprova importação de radiofármacos
De acordo com a agência, há risco de falta de produtos para continuidade de diagnósticos e tratamentos no Brasil

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, na quarta-feira (29), a importação de radiofármacos, que são medicamentos para tratamento de câncer por radioterapia. A autorização excepcional aconteceu devido à uma preocupação do setor de medicina nuclear sobre o risco de falta de produtos para continuidade de diagnósticos e tratamentos da doença no Brasil.
“O cenário é de perplexidade e causa temor porque as pessoas, muitas vezes, precisam desses produtos para sobreviver”, diz o diretor da Anvisa, Alex Campos.
De acordo com a agência reguladora, as entidades afirmam que o quadro é de iminente desastre sanitário. A preocupação acontece devido à diversos fatores, como a suspensão temporária de produtos pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) por motivos logísticos e financeiros.
A falta dos radiofármacos pode impactar diretamente tanto no diagnóstico de doença arterial coronariana, principal causa de morte no Brasil, assim como no tratamento de diversos tipos de câncer; e no diagnóstico do tromboembolismo pulmonar, que ganhou mais incidência durante a pandemia da Covid-19.
A Anvisa prevê que o importador deve ficar responsável pela garantia que orientações de uso, conservação, manuseio e dispensação sejam providas aos profissionais de saúde em português, assim como por avaliar o controle de temperatura durante o transporte dos produtos importados.
Já as unidades de saúde deverão ser responsáveis pela rastreabilidade da utilização dos produtos importados até a administração em paciente, além da avaliação do benefício-risco da utilização do radiofármaco nos tratamentos.


