Anvisa volta a discutir adiamento da proibição de agrotóxico associado à doença de Parkinson
Agricultores pedem adiamento da retirada do herbicida paraquate para julho de 2021

Foto: Reprodução/ ThinkStock
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai discutir nesta terça-feira (15) se haverá alteração do prazo para proibição do agrotóxico paraquate associado pela própria entidade à doença de Parkinson. A substância está prevista para sair do mercado daqui uma semana.
Em agosto já tinha acontecido uma discussão sobre o tema, onde o relator do caso, Rômilson Rodrigues Mota votou contra o adiamento, mas a diretora Meiruze Sousa Freitas pediu vistas. Ainda restam votos de quatro dirigentes.
O paraquate é o sexto agrotóxico mais vendido do Brasil em 2018 e é utilizado na produção de soja, onde auxilia na secagem das plantas e vagens do grão, a fim de deixar a lavoura uniforme para a colheita. Ele também tem autorização no Brasil para as culturas de algodão, arroz, banana, batata, café, cana-de-açúcar, citros, feijão, maçã, milho e trigo.
O Ministério da Agricultura, juntamente com produtores rurais, indústrias e a Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), pede para que o prazo final seja adiado para julho do próximo ano.
Os agricultores argumentam que não há um produto que substitua a substância no mercado e que essa mudança poderia gerar um gasto a mais para a atividade.
Em análise da Anvisa, o paraquate foi concluído que está associado ao desenvolvimento da doença de Parkinson em quem manipula. A enfermidade é uma condição neurológica degenerativa que provoca tremor, rigidez, distúrbios na fala e problemas de equilíbrio.
No entanto, os estudos ainda não comprovaram que o herbicida deixa resíduos nos alimentos.