Com a mesma profissão, homem branco ganha mais que o dobro da mulher negra, diz estudo

Um levantamento realizado pelo Insper mostra que a depender da profissão, um homem branco chega a ganhar mais que o dobro da mulher negra que cursou a mesma faculdade.

Para realizar a pesquisa, o Insper apurou o salário por raça e gênero no país e fez o detalhamento para cinco profissões: engenheiros, arquitetos, médicos, professores, administradores e cientistas sociais. E em todas, as mulheres negras recebem menos do que os homens bancos e negros, e mulheres brancas.   

A diferença salarial pôde ser observado principalmente na profissão da medicina. Entre os formados em universidade pública, as mulheres negras têm um salário médio de R$ 6.370,30, enquanto os homens brancos ganham R$ 15.055,84. No grupo de médicos que cursou medicina em instituições privadas, a remuneração é de R$ 3.723,49 e R$ 8.638,68, respectivamente.

Na área de ciências sociais a diferença também é de mais da metade do salário, onde um homem branco formado em universidade pública tem um salário de R$ 8.814,05. A mulher negra recebe R$ 4.141,69.

Levando em conta todas as profissões pesquisadas, o salário de uma mulher negra com diploma em universidade pública é de R$ 3.047,51, enquanto a remuneração das que cursaram em universidades privadas é de R$ 2.902,55. 

Já a média de salário para os homens brancos que se formaram em universidades públicas é de R$ 7.891,78, e os que possuem ensino superior privado recebem cerca de R$ 6.626,84. A diferença é de 159% e 128%, respectivamente. 

O trabalho foi conduzido pelos pesquisadores do Insper Beatriz Ribeiro, Bruno Komatsu e Naercio Menezes Filho como base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2016 e 2018.