Eliziane Gama pede indiciamento de Bolsonaro pelos atos do 8 de janeiro
Relatório final conta com 1,3 mil páginas e será votado na quarta-feira (18)

Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados/ Cristiano Mariz
A relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD), pediu o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao fazer a leitura do seu parecer final sobre a investigação da invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília.
O relatório tem mais de 1,3 mil páginas e foi escrito durante os quatro meses que duraram a Comissão. Foram 20 depoimentos e 957 documentos obtidos pelos parlamentares.
“Foi uma mobilização coordenada. Houve método na invasão. Autoridades protegeram manifestantes. O 8 de janeiro não foi ordeiro e pacífico. Proposta não era ocupar, mas depredar. Bolsonaristas radicais agrediram policiais, defecaram e urinaram nas sedes dos poderes. Foi uma tentativa propositada de golpe de Estado, provocar o caos e até mesmo, se necessário, uma guerra civil”, disse a relatora no começo da leitura.
“Jair Messias Bolsonaro deve ser responsabilizado pelos tipos penais descritos nos arts. 288, caput (associação criminosa), 359-P (violência política), 359-L (abolição violenta do Estado Democrático de Direito) e 359-M (golpe de Estado), todos do Código Penal, por condutas dolosas”, continuou a relatora.
A relatora pediu ainda o indiciamento ex-ministro da Defesa e da Casa Civil do governo Bolsonaro e candidato a vice na chama de Jair Bolsonaro em 2022, Walter Souza Braga Netto e do general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
A lista dos indiciados inclui ainda Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e então secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. Confira a lista completa:
- ex-presidente Jair Bolsonaro
 - general Braga Netto, candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro e ex-ministro da Casa Civil e da Defesa
 - Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e então secretário de Segurança Pública do DF nos atos
 - general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional de Bolsonaro
 - general Luiz Eduardo Ramos, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro
 - general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa de Bolsonaro
 - almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha
 - general Freire Gomes, ex-comandante do Exército
 - tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e principal assessor de Bolsonaro
 - Filipe Martins, assessor-especial para Assuntos Internacionais de Bolsonaro
 - deputada federal Carla Zambelli (PL-SP)
 - coronel Marcelo Costa Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
 - general Ridauto Lúcio Fernandes
 - sargento Luis Marcos dos Reis, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
 - major Ailton Gonçalves Moraes Barros
 - coronel Elcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde
 - coronel Jean Lawand Júnior
 - Marília Ferreira de Alencar, ex-diretora de inteligência do Ministério da Justiça e ex-subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do DF
 - Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal
 - general Carlos José Penteado, ex-secretário-executivo do GSI
 - general Carlos Feitosa Rodrigues, ex-chefe da Secretaria de Coordenação e Segurança Presidencial do GSI
 - coronel Wanderli Baptista da Silva Junior, ex-diretor-adjunto do Departamento de Segurança Presidencial do GSI
 - coronel André Luiz Furtado Garcia, ex-coordenador-geral de Segurança de Instalações do GSI
 - tenente-coronel Alex Marcos Barbosa Santos, ex-coordenador-adjunto da Coordenação Geral de Segurança de Instalações do GSI
 - capitão José Eduardo Natale, ex-integrante da Coordenadoria de Segurança de Instalações do GSI
 - sargento Laércio da Costa Júnior, ex-encarregado de segurança de instalações do GSI
 - coronel Alexandre Santos de Amorim, ex-coordenador-geral de Análise de Risco do GSI
 - tenente-coronel Jader Silva Santos, ex-subchefe da Coordenadoria de Análise de Risco do GSI
 - coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da PMDF
 - coronel Klepter Rosa Gonçalves, subcomandante da PMDF
 - coronel Jorge Eduardo Naime, ex-comandante do Departamento de Operações da PMDF
 - coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra, comandante em exercício do Departamento de Operações da PMDF
 - coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, comandante do 1º CPR da PMDF
 - major Flávio Silvestre de Alencar, comandante em exercício do 6º Batalhão da PMDF
 - major Rafael Pereira Martins, chefe de um dos destacamentos do BPChoque da PMDF
 - Alexandre Carlos de Souza, policial rodoviário federal
 - Marcelo de Ávila, policial rodoviário federal
 - Maurício Junot, empresário
 - Adauto Lúcio de Mesquita, financiador
 - Joveci Xavier de Andrade, financiador
 - Meyer Nigri, empresário
 - Ricardo Pereira Cunha, financiador
 - Mauriro Soares de Jesus, financiador
 - Enric Juvenal da Costa Laureano, financiador
 - Antônio Galvan, financiador
 - Jeferson da Rocha, financiador
 - Vitor Geraldo Gaiardo , financiador
 - Humberto Falcão, financiador
 - Luciano Jayme Guimarães, financiador
 - José Alipio Fernandes da Silveira, financiador
 - Valdir Edemar Fries, financiador
 - Júlio Augusto Gomes Nunes, financiador
 - Joel Ragagnin, influenciador
 - Lucas Costar Beber, financiador
 - Alan Juliani, financiador
 - George Washington de Oliveira Sousa, condenado por envolvimento na tentativa de atentado ao aeroporto de Brasília
 - Alan Diego dos Santos, condenado por envolvimento na tentativa de atentado ao aeroporto de Brasília
 - Wellington Macedo de Souza, condenado por envolvimento na tentativa de atentado ao aeroporto de Brasília
 - Tércio Arnaud, ex-assessor especial de Bolsonaro apontado como integrante do chamado "gabinete do ódio"
 - Fernando Nascimento Pessoa, assessor de Flávio Bolsonaro apontado como integrante do chamado "gabinete do ódio"
 - José Matheus Sales Gomes, ex-assessor especial de Bolsonaro apontado como integrante do chamado "gabinete do ódio"
 
A votação do relatório final deve ficar para quarta-feira (18).


