Apoiar Lula ou Bolsonaro contra orientação do partido gerou quase 60 processos de expulsão nas legendas
Os casos estão distribuídos nos seguintes estados: Pernambuco, Minas Gerais, Acre, Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul
Ter declarado o voto no presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL), ou em candidatos a governador ou deputado não apoiados pelos partidos nas eleições deste ano pode resultar em expulsão para ao menos 59 prefeitos, vereadores e dirigentes partidários em todo o país, de acordo com um levantamento do jornal GLOBO, que mapeou quase 60 casos, distribuídos em cidades de Pernambuco, Minas Gerais, Acre, Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul.
O caso mais emblemático é o do ex-presidente e um dos fundadores do partido Novo, João Amoêdo, que ainda faz parte da sigla. Às vésperas do segundo turno, Amoêdo se posicionou publicamente a favor da candidatura de Lula, o que levou o Novo a determinar a suspensão imediata de sua filiação. Pelas redes sociais, ele relatou ter recebido a notícia com “surpresa e indignação”.
Contudo, apesar da suspensão, o Novo não apoiou publicamente o presidente Bolsonaro no segundo turno e emitiu uma nota em que liberava deus filiados para votarem “de acordo com sua consciência” e “princípios partidários”. Agora, a sigla abriu um processo disciplinar contra Amoêdo alegando “possíveis violações estatuárias”.
Outros dois casos também foram registrados no Partido Verde em São Paulo e Minas Gerais, que não aceitou que seus filiados apoiassem Bolsonaro sob a justificativa de que o presidente não representava as políticas ambientais e de desenvolvimento sustentável. Em Minas, três prefeitos e o deputado estadual Inácio Franco foram punidos. Já em São Paulo, o prefeito do América, Chico Sardelli, pode chegar a ser expulso.