Após 50 anos, corpo de músico brasileiro morto pela ditadura argentina é identificado

A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) informou neste sábado (13) que esclareceu, após quase 50 anos, o mistério da morte do pianista brasileiro Francisco Tenório Cerqueira, desaparecido em 18 de março de 1976, após sair do Hotel Normandie, na região central de Buenos Aires.

Na época, o músico acompanhava Toquinho e Vinícius de Moraes em uma turnê pela América do Sul. Segundo a Equipe Argentina de Antropologia Forense (EAAF), Tenório foi morto a tiros e enterrado sem identificação em uma vala comum na periferia da capital argentina.

O reconhecimento foi feito por meio da datiloscopia (comparação de impressões digitais).

Tenório foi assassinado na madrugada do dia 18 de março, poucos dias antes do golpe de Estado que depôs María Estela Martínez Perón e instaurou a ditadura militar no país.

Ainda não há confirmação se será possível exumar o corpo, sepultado no Cemitério de Benavídez, para realização de exame genético.

A CEMDP destacou que acompanha esse e outros casos relacionados à Operação Condor, aliança entre as ditaduras de Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai nos anos 1970, voltada a vigiar, sequestrar, torturar, assassinar e fazer desaparecer opositores políticos.