Após anuncio de demissão, Lisa Cook processa Donald Trump para manter cargo no Federal Reserve
Cook acusa Trump de violar a Lei do Federal Reserve e solicita que a Justiça a reconheça oficialmente como membro do Fed

Foto: Divulgação/Casa Branca | Reprodução/Redes Sociais
A diretora do conselho de governadores do Federal Reserve (Fed), Lisa Cook, entrou com um processo na manhã desta quinta-feira (28) para manter seu cargo no Banco Central dos Estados Unidos, após o presidente Donald Trump anunciar a sua demissão do cargo. A informação foi divulgada pela agência Reuters.
Segundo a agência, Cook acusa Trump de violar a Lei do Federal Reserve, de 1913, que autoriza a demissão de um governador apenas por “justa causa”, e não por “alegações infundadas sobre pedidos de hipoteca privada apresentados por Cook antes de sua confirmação no Senado”.
Na ação, Cook solicita que a Justiça, urgentemente, considere ilegal a tentativa do presidente norte-americano de retirá-la do cargo, além de reconhecer oficialmente que ela permanece como membro ativo do Fed. Trump, por sua vez, afirmou estar preparado para uma batalha judicial.
O Fed, órgão responsável por definir a taxa de juros da economia americana, é independente e não está submetido ao governo do país.
A demissão
Ocorrida na última segunda-feira (25), a demissão de Lisa Cook foi notícia na imprensa internacional. Segundo Donald Trump, existem provas suficientes para acusar Cook de fazer declarações falsas em pedidos de hipoteca. "No mínimo, a conduta em questão demonstra o tipo de negligência grave em transações financeiras que questiona sua competência e confiabilidade como reguladora financeira", afirmou.
Já Cook pontua que "não há motivo legal" para que Trump a demita e que não vai renunciar. O mandato dela encerra em 2038.
"O presidente Trump alegou que me demitiria 'por justa causa' quando não há justa causa prevista em lei, e ele não tem autoridade para fazer. Não vou renunciar. Continuarei a cumprir meus deveres para ajudar a economia americana, como venho fazendo desde 2022", ressaltou.