A jogadora de vôlei Carol Solberg deu uma entrevista ao O Globo para falar sobre a polêmica declaração dela a respeito do presidente Jair Bolsonaro, em que, durante uma comemoração da medalha de bronze na etapa de Saquearema (RJ), realizada no domingo (19), no Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia 20/21, ela gritou "Fora Bolsonaro".

Nesta segunda (21), Carol disse que não se arrependeu da declaração e questionou a possível punição da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) por ela ter se posicionado.

"Amo o que eu faço, amo jogar vôlei, mas ser punida por me manifestar? Me sinto totalmente no meu direito de fazer isso. Teve outra história no vôlei, do Wallace, que não sofreu punição", disse a jogadora, em referência ao atleta que demonstrou apoio ao presidente Bolsonaro, em 2018, e não foi punido.

Após a fala de Carol, a CBV divulgou uma nota de repúdio e disse que "tomará providencias para que episódios como este não se repitam". Apesar da nota, a entidade não divulgou qual será o tipo de punição que a atleta irá receber.

A jogadora também disse que passou a receber ameaças de bolsonaristas e indagou a falta de posicionamento de atletas nas pautas em discussão. Por fim, ela classificou o governo como "desgoverno" em relação à situação do Pantanal e a pandemia da covid-19. 

Claro que tem os 'haters', esses bolsonaristas, mas nem estou vendo. Não tenho Twitter, então... No Instagram recebo muita coisa e optei por nem ver. A verdade é que as pessoas que importam, que são bacanas, que eu dou valor, estão comigo e me deram a maior força [...] Um monte de gente com medo... é o fim da picada. Sei que os atletas precisam de patrocínio para viver e eu também. Mas não podemos ter medo. Essa regra que o COI também tem é absurda e deveria ter caído há tempos. Cada voz faz diferença e acredito que a gente tem de usá-la. O Pantanal queimando, 140 mil mortes por Covid, o desgoverno do jeito que está e eu que vou ser punida?", questionou Carol.