Após repercussão negativa, Valdemar Costa Neto muda e nega planejamento de golpe
Presidente do PL também tinha defendido “respeitar” a decisão do Supremo sobre a condenação de Bolsonaro

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou nesta segunda-feira (15) que “nunca houve planejamento de golpe”. Ele afirmou que sua fala anterior foi mal interpretada e teria ocorrido em “tom condicionante”, de acordo com informações do blog da Andréia Sadi.
“O que eu quis dizer é que existia uma minuta, todo mundo sabia da minuta, mas nunca se discutiu golpe", disse. "O que importa deixar claro é que não houve golpe. O presidente Bolsonaro sempre afirmou que não aceitaria nada fora da Constituição. Ele recuou de qualquer ideia nesse sentido e conduziu a transição de forma democrática”, reforçou.
No sábado (13), durante evento do partido, o dirigente havia dito que “houve um planejamento de golpe” e que “o Supremo decidiu e temos que respeitar”, em referência à condenação de Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração provocou reação imediata entre apoiadores do ex-presidente, que viram na fala um sinal de distanciamento do PL e uma possível abertura para discutir novos nomes para 2026, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
No encontro, também estiveram presentes os governadores Ronaldo Caiado (União-GO), Romeu Zema (Novo-MG) e Ratinho Júnior (PSD-PR), além dos presidentes do PSD, Gilberto Kassab, e do PP, Ciro Nogueira.
Aliados de Bolsonaro reagiram publicamente. Paulo Figueiredo, ligado a Eduardo Bolsonaro, escreveu em rede social: “não estamos nesta m*** de dar gosto à toa”. O deputado federal Ricardo Salles (Novo-SP) afirmou: “não foi por falta de aviso”. Fabio Wajngarten, ex-ministro e advogado de Bolsonaro, também criticou: “não é possível mais ouvirmos e nos calarmos. Chega”.
Após a repercussão, Valdemar tentou explicar o que foi declarado. “O que eu quis dizer é que existia uma minuta, todo mundo sabia da minuta, mas nunca se discutiu golpe”. Ele acrescentou que o PL seguirá atuando pela anistia aos condenados e que a legenda permanece ao lado de Bolsonaro.