Após surto em asilo, idosos que tinham recebido 2ª dose da Coronavac morrem
Estudos apontam necessidade de aguardar tempo estimado de duas a quatro semanas para obter imunização

Foto: Reprodução/ G1
Um surto surto de Covid-19 com mortes foi registrado no Lar Vicentino, em Rio Branco, nesse fim de semana, 27 e 28 de fevereiro. Os casos ocorreram após um dos profissionais que atuam na unidade de acolhimento testar positivo para a doença. Todos os moradores do asilo (54), bem como os 30 trabalhadores do local haviam recebido a segunda aplicação da dose contra a doença. Contudo, o Instituto Butantan, responsável pela CoronaVac, estima pelo menos duas semanas para que o organismo crie anticorpos, o que não significa que o imunizante falhou.
Diante dos idosos que foram acometidos pelo vírus, eles foram mantidos isolados, numa área anexa à comum, dentro do asilo, onde estão sendo medicados. No entanto, dois dos que foram infectados acabaram morrendo pela doença. Os exames foram confirmados após o sepultamento dos idosos.
Por meio de nota, o Lar Vicentino confirmou o ocorrido na instituição, mas reclama que na última semana pediu ajuda a Prefeitura de Rio Branco, através da Secretaria Municipal de Saúde, mas não obteve retorno sobre o apoio para testagem dos idosos e funcionários do local.
“Na quinta-feira, 25, notificamos a secretaria de saúde do município informando que nossos idosos estavam com os sintomas. Solicitamos que realizassem testes em todos os idosos e funcionários. Na data de ontem (domingo, 28) não tínhamos ainda recebido nenhuma resposta da secretaria. Com uma doação dos Vicentinos de Patos de Minas-MG, conseguimos comprar os testes e realizar em todos os moradores da casa”, afirmou a instituição.
Ao Estadão, o secretário de Saúde do município, Frank Lima, disse que esse não era "o momento de procurar de quem é a responsabilidade", mas de agir para que a proliferação dos casos seja contido para salvar a vida dos idosos. "Se o teste fosse feito na sexta-feira, ou fosse feito hoje, o resultado não sairia diferente. O fato é que na sexta à noite foi noticiado pra nós que havia um cuidador que estava positivo para covid, e esse cuidador pode ser o condutor dessa contaminação. Não podemos afirmar, pois o que vai afirmar são os testes que serão feitos", disse.
O médico infectologista, Eduardo Farias, ouvido pela reportagem, disse que é possível que, mesmo após a aplicação da segunda dose, as pessoas estejam suscetíveis a serem infectados pelo vírus e desenvolvam a Covid-19. Ele explica que devido ao tempo que leva para obter a imunização, após a segunda dose, "muito provavelmente o que ocorreu é que a resposta imunológica dessas pessoas ainda não alcançou o pico que a vacina promove" disse ao completar que quando uma pessoa recebe a segunda dose, o nível de imunidade aumenta, mas isso leva um tempo."
No caso da CoronaVac, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a bula da CoronaVac estabelece um tempo estimado entre duas a quatro semanas para ter mais um segurança diante da imunização. Os idosos e profissionais do Lar Vicentino receberam a primeira dose em 20 de janeiro deste ano.


