Argentina e Brasil desenvolverão vacinas de mRNA contra covid-19

A tecnologia do mRNA é a mesma utilizada na vacina dos laboratórios Pfizer e BioNTech

[Argentina e Brasil desenvolverão vacinas de mRNA contra covid-19]

FOTO: Leonardo Oliveira/FioCruz

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) anunciou nesta terça-feira (21) que centros na Argentina e no Brasil irão desenvolver e fabricar vacinas contra a Covid-19 utilizando a tecnologia de mRNA ((ácido ribonucleico mensageiro) para a América Latina e o Caribe. A intenção é reduzir a dependência da região de insumos importados.

A tecnologia do mRNA é a mesma utilizada na vacina dos laboratórios Pfizer e BioNTech, alemão e americano respectivamente, e no imunizante da empresa americana de biotecnologia Moderna. 

No Brasil, foi selecionado o Bio-Manguinhos (Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos), que faz parte da Fiocurz (Fundação Oswaldo Cruz), do Ministério da Saúde, para desenvolver e fabricar os princípios ativos da vacina. E na Argentina, foi escolhida a Sinergium Biotech, empresa biofarmacêutica privada que fará parceria com a mAbxience, do mesmo grupo.

“Estamos apostando que esses dois centros contribuirão de forma proativa para a transferência de conhecimento e tecnologia na região”, disse o subdiretor da Opas, Jarbas Barbosa, ao informar sobre a iniciativa em uma videoconferência.

Com isso, explicou Barbosa, o escritório regional da OMS (Organização Mundial da Saúde) visa expandir as capacidades produtivas e fortalecer uma cadeia de valor na região para aumentar o acesso e a independência tecnológica nas Américas com relação a vacinas, medicamentos e suprimentos médicos, especialmente em emergências de saúde pública, como a pandemia de covid-19.

"Em comparação com outras, a tecnologia de mRNA provou ser muito bem-sucedida para as vacinas contra covid-19 e é altamente adaptável, não apenas contra variantes do vírus, mas também contra outros patógenos", disse Soumya Swaminathan, cientista-chefe da OMS.  

Ao contrário da injeção do vírus atenuado ou inativado, as vacinas de mRNA instruem as células a gerar uma proteína que desencadeia uma resposta imunológica à infecção.

Barbosa afirmou que, uma vez obtida esta vacina regional de mRNA contra o novo coronavírus, os dois centros se comprometeram a solicitar o sinal verde da Opas para seu uso, o que permitirá que seja oferecida aos países por meio do Fundo Rotativo da instituição.


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